Sandro Ambrósio Alves


PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DE RONDONÓPOLIS-MT: ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS NO ENSINO DE HISTÓRIA

A presente comunicação, se insere na linha de pesquisa do PROFHISTÓRIA (Mestrado Profissional em Ensino de História): “Saberes Históricos em diferentes Espaços de Memória”, em que a intenção visa refletir sobre o saber desenvolvido em sala de aula com o que é realizado fora de sala, como aulas de campo.

Este trabalho, parte do pressuposto estabelecido pela historiadora portuguesa Isabel Barca, em que a mesma afirma: “a promoção de uma educação histórica que responda as exigências do conhecimento actual e de uma sociedade de informação só poderá processar-se com professores conscientes de tais problemáticas.”(BARCA, 2001, p. 20). Nesse sentido, enquanto professor de História da rede pública estadual de ensino do Estado de Mato Grosso e mediador da aprendizagem histórica, durante 10 anos de trajetória, compreendo a educação como um caminho possível, para que sejam problematizadas as cristalizações de determinadas ações ou ideias promovidas por diversos grupos.

E também, entendendo a escola e a sala de aula como espaço de formação humana, para compreensão da sociedade em que o estudante está inserido, bem como os processos históricos e mudanças temporais que ocorrem na mesma e que estão para além da sala de aula. Nesse aspecto, entende-se o papel do professor como produtor de conhecimento e não somente como transmissor, como afirma Bittencourt:

“O professor é quem transforma o saber a ser ensinado em saber apreendido, ação fundamental no processo de produção do conhecimento. Conteúdos, métodos e avaliação constroem-se nesse cotidiano e nas relações entre professores e alunos. Efetivamente, no ofício do professor um saber específico é constituído, e a ação docente não se identifica apenas com a de um técnico ou a de um “reprodutor” de um saber produzido externamente. “Dar aula” é uma ação complexa que exige domínio de vários saberes característicos e heterogêneos.” (BITTENCOURT, 2009, p. 50-51)

Assim, a pesquisa se propõe dar visibilidade a história da cidade de Rondonópolis em Mato Grosso, relacionando a história local com a história regional, visando sobretudo, salientar o uso de História local e o Patrimônio Cultural como evidência histórica no ensino de História e elemento propulsionador de ações educativas. Isso porque, há silenciamentos do estudo da história local e regional. Talvez isso ocorra pelo fato de, por um lado, serem muitas as exigências curriculares gerais e, por outro, a falta de formação de professores, em âmbitos específicos, como a Educação Patrimonial e Educação Histórica.

Destarte, o texto das Diretrizes Curriculares Nacionais(2013), aponta para a importância dessas questões, e pressupõe que a escola, professores e profissionais da educação criem situações de aprendizagem, com base no contexto local, e o estudante possa ter uma “leitura atenta da realidade local” e que esteja inserido no Projeto Político Pedagógico(PPP), a “valorização da cultura local” em articulação com a base nacional comum (BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais, 2013, p. 49-113). E, nos Parâmetros Curriculares Nacionais de História do ensino fundamental anos finais (7º, 8º e 9º anos), entre os objetivos, está: “valorizar o patrimônio sociocultural” e propõe ao professor visitas a museus e patrimônios históricos e culturais como recurso didático, tendo como debate a preservação dos vários tipos de patrimônio, bem como a compreensão dos espaços de preservação e divulgação da memória. (BRASIL, PCN,s, 1998, p. 90-93). E seguindo a mesma linha das legislações nacionais, as Orientações Curriculares do Estado de Mato Grosso, destacam que ao fazer o “estudo do meio” o estudante pode observar seu local de vivência, e também “identificar os bens materiais do patrimônio histórico-cultural, de sua cultura”, (OC,s/MT, 2010, p. 15-18), que se tornem uma forma de compreensão da sociedade em que o mesmo convive:

“A partir de um projeto de pesquisa ou de problemáticas levantadas nas aulas o professor pode desenvolver um trabalho que envolva o contexto dos estudantes, no qual as observações, registros, análises são fundamentais para construção de outras percepções sobre as realidades vivenciadas. Em um estudo do meio dos estudantes depara-se com o todo cultural, o presente e o passado, o particular e o geral, a diversidade e as generalizações, as contradições e o que se pode estabelecer de comum no diferente.” (OC,s/MT, 2010, p. 34)

Contudo, ainda que as legislações, acima citadas, proponham trabalhar a história local, o estudo do meio a partir de problemáticas levantadas em sala de aula, percebe-se que na prática educativa, são raras as utilizações nas aulas de história. Assim, diante de minha prática como professor e pesquisador, estou analisando a partir da investigação em uma escola pública de Rondonópolis, de que forma se apropriam da abordagem sobre patrimônio cultural na aula de História? E além disso, compreender como nas dinâmicas da aula de História envolvem o Patrimônio, a História Local, como evidência História.

Nesse sentido, foi proposto, em uma escola estadual da cidade, ao professor(a) de História, um roteiro (que fará parte do material didático) prévio sobre o que e como abordar a temática do Patrimônio Cultural, Memória e Educação Patrimonial relacionando-o com o currículo, nas turmas do 3º ciclo de Formação Humana, que compreende o 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental, bem como sugestão de leituras e atividades para serem desenvolvidas visando a apropriação por parte dos estudantes.

Partindo desse roteiro, que toma como base também as Orientações Curriculares do Estado de Mato Grosso, os Parâmetros Curriculares Nacionais de História e as Diretrizes Curriculares Nacionais e a metodologia de Educação Patrimonial, o professor utilizou-se de 2 à 3 aulas para trabalhar com os alunos esse roteiro de trabalho, sensibilizando quanto aos conceitos e de uma atividade prática que contribuiu para apreensão do que foi desenvolvido, assim como uma preparação para aula campo,  que teve como foco os aspectos do Patrimônio Cultural da cidade de Rondonópolis-MT. Essa aula-oficina, fundamenta-se na concepção proposta por Isabel Barca:

“Ora se o professor estiver empenhado em participar numa educação para o desenvolvimento, terá de assumir-se como investigador social: aprender a interpretar o mundo conceitual dos seus alunos, não para de imediato o classificar em certo/errado, completo/incompleto, mas para que esta sua compreensão o ajude a modificar positivamente a conceitualização dos alunos, tal como o construtivismo social propõe. Neste modelo, [aula-oficina] o aluno é efetivamente visto como um dos agentes do seu próprio conhecimento, as atividades das aulas, diversificadas e intelectualmente desafiadoras, são realizadas por estes e os produtos daí resultantes são integrados na avaliação.” (BARCA,2004, p.132)

Após essas aulas, os estudantes tiveram a oportunidade de fazer uma aula campo, onde em grupos de 3 alunos utilizam da metodologia da Educação Patrimonial, onde em um percurso previamente preparado, fizeram a descrição do os bens culturais elencados seja material ou imaterial, registrando através de fotografias, e entrevistas com pessoas mais idosas, assim como em uma ficha, a percepção que os mesmos tiveram na visita sobre cada um dos espaços de memória.

Os espaços a serem visitados se deram na seguinte proposta: iniciando suas análises pelo Casario Marechal Rondon, local onde teria sido um espaço de confluência de diversas pessoas, desde a vinda dos primeiros moradores não índios para região em 1906, fixando-se e estabelecendo território. Tiveram a oportunidade de conversarem com alguns artesãos que ali executam seu trabalho. Seguindo, dentro do possível, a pé, pela avenida Marechal Rondon, passamos por alguns espaços como o 1º Correio da Cidade, O 1º Cinema, tendo uma pequena parada explicativa, e seguindo para a Praça Brasil, local onde tiveram a oportunidade de perceber vários aspectos que se desenvolveram no seu entorno, como a Igreja Matriz e a Escola Sagrado Coração de Jesus e a EEMOP (Escola Estadual Major Otávio Pitaluga) e o Museu Rosa Bororo.

No entanto, devido a quantidade de alunos e os contratempos no percurso, não foi possível visitar a Igreja Matriz, e a Escola Sagrado Coração de Jesus. Assim, fizeram os estudo sobre esses lugares, e coletaram as informações, finalizando ali a coleta de dados. O percurso todo foi de 2 horas e 30 minutos aproximadamente. No retorno a sala de aula, o professor fez uma reflexão com os estudantes sobre propostas de valorização do Patrimônio, com uma leitura crítica sobre os mesmos, seja ele em um contexto da cidade e mesmo do bairro onde a escola se localiza.

E desse modo, partindo dos dados coletados na aula-oficina e nas visitas guiadas, estou na segunda etapa do projeto que é a análise dessas informações, qual seja, da relação dos estudantes com evidências do Patrimônio Cultural, bem como as narrativas realizadas pelos grupos. Com base nas informações segue-se a produção do material didático voltado para o professor, de forma que, possa contribuir com a prática, nas aulas de História, sendo um orientativo para o trabalho com o Patrimônio Cultural e História Local/Regional. Será produzido como sugestão didática, bem como propostas de atividades aos estudantes, e materiais que podem ser consultados como base bibliográfica para ampliação das possibilidades de estudo. Além disso, utilizarei fontes iconográficas, as produções acadêmicas e o que for pesquisado além, nos arquivos públicos e outros, sobre esses lugares de estudo principais, assim como possibilidades de estudo em diferentes lugares de memória.

Pois, compreendo, que o ensino de História, configura-se como um espaço pedagógico na discussão que envolve a temática patrimônio cultural, no sentido de proporcionar ações didáticas que permitam aos estudantes conhecer e valorizar aquilo que os rodeia, e não somente isso, mas ter uma leitura crítica dos mesmos. (BITTENCOURT, 2009, p.168). Ao nos remetermos a ideia de patrimônio, a sociedade em geral, isso incluindo os estudantes, tem um conhecimento restrito das diferentes possibilidades do termo, se resumindo mais as questões financeiras, herança ou mesmo construções. E quanto ao historiador/professor essas dificuldades vão aumentando na medida em que as sociedades vão se estruturando segundo conceitos que não tem a discussão da memória como algo considerável, e como nos explica Odair Cruz Paiva (2014):

“Nele, os historiadores encontram três desafios: a diversidade das formas do passado; a compreensão dos condicionantes sociais que, a seu tempo, erigiram estes remanescentes e as relações que a dinâmica do tempo presente cria com os vividos pretéritos. (...) o historiador enfrenta o desafio de elucidar como em cada presente há uma nova reinvenção do passado e as conexões dessa dinâmica com a história das políticas de preservação do patrimônio.” (PAIVA,2014, p.7)

Sabe que para além dos conflitos enfrentados pelo historiador e/ou professor na pesquisa sobre o patrimônio na compreensão das nuances que perpassam os mesmos, tem se ainda a questão de como os estudantes apreendem sobre, que no geral veem de forma superficial e com foco mais nos bens de caráter material, por isso, o espaço escolar constitui-se como foco de atenção:
“... o espaço escolar e os espaços de preservação da memória – museus, arquivos, bibliotecas, casas de cultura, entre outros – devem ser pensados de modo conectado, já que são lugares precípuos de socialização da memória nas sociedades contemporâneas. A luta que se vem travando por parte de diferentes grupos sociais sobre o direito à memória, passa pelo acesso a esses importantes espaços de circulação e socialização da memória. A formação do professor e do historiador deve, então, problematizar - do ponto de vista da história - esses lugares, assim como os conteúdos da memória que neles circulam.” (TOLEDO E COSTA IN LEAL E PAIVA, 2014, p.23)

Sendo assim, o espaço escola é crucial para essas problematizações, que possibilitarão ao estudante não somente conhecer e valorizar, mas fazer uma leitura crítica sobre os espaços e manifestações culturais que o cercam.

O conceito de “Educação Patrimonial”, que abordo na pesquisa, mesmo não sendo tão novo, pouco é conhecido pelos professores, advindo da concepção inglesa – Heritage Education -  estabelecida no Brasil a partir da década de 80 do século XX, em um seminário realizado pelo Museu Imperial de Petrópolis, quando ao tratar da incorporação do Patrimônio Cultural nas ações educativas dos museus, a museóloga Maria de Lourdes Parreiras Horta, usa esse termo, que se expande com uma publicação de sua autoria, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN): O Guia Básico de Educação Patrimonial, que estabelece metodologias para o estudo do Patrimônio, que em certa medida, tem influência da pedagogia no método de Paulo Freire, ao alfabetizar diversas pessoas a partir de palavras geradoras. (SILVA E DELGADO in GIL, 2014, p.72). Desta forma define o conceito:

“A Educação Patrimonial é um instrumento de "alfabetização cultural" que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido. Este processo leva ao reforço da auto-estima dos indivíduos e comunidades e à valorização da cultura brasileira, compreendida como múltipla e plural.” (HORTA,1999, p.6)

Conquanto, essa metodologia, não está restrita ao âmbito escolar, encaminhando-se para diversos setores da sociedade como museus, espaços de memórias e outros, e podendo ser aplicada, tanto a bens de natureza, material, imaterial e natural, conforme nos afirma Maria de Lourdes Horta:

“A metodologia específica da Educação Patrimonial pode ser aplicada a qualquer evidência material ou manifestação da cultura, seja um objeto ou conjunto de bens, um monumento ou um sítio histórico ou arqueológico, uma paisagem natural, um parque ou uma área de proteção  ambiental, um  centro  histórico urbano ou uma comunidade da área rural, uma manifestação popular de  caráter folclórico ou ritual,  um  processo  de  produção industrial ou artesanal, tecnologias e saberes populares, e qualquer outra expressão resultante da relação entre  os indivíduos  e seu  meio ambiente.” (HORTA, 1999, p.6)

Sendo assim, o uso da Educação Patrimonial no ensino de História traz a possibilidade de perceber como são construídas e que interesses subjazem os patrimônios já estabelecidos, seja material ou imaterial. A assimilação do que é Patrimônio Histórico e Cultural pelo professor é primordial, para que a partir disso atinja a sua aplicabilidade na educação nos espaços escolares e extra escolares, desmistificando a história eurocêntrica que toma conta dos currículos, assim:

“...o compromisso do setor educacional articula-se a uma educação patrimonialpara as atuais e futuras gerações, centradas no pluralismo cultural. Educação que não visa apenas evocar fatos históricos “notáveis”, de consagração de determinados valores de setores sociais privilegiados, mas também concorrer com a rememoração e preservação daquilo que tem significado para as diversas comunidades locais, regionais e de caráter nacional.” (BITTENCOURT, 2009, p.178)

Logo, nota-se a necessidade da contribuição dos educadores nas escolas, para a rememoração e significância da história local, regional e nacional. Assim, a comunidade se sentirá parte desse processo histórico ou não e o que foi esquecido e o motivo. Pois, como parte das diretrizes que regulamenta as questões educativas no Brasil, segundo o Guia Básico de Educação Patrimonial (1999), publicado pelo IPHAN, a Educação Patrimonial:

“...busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural.” (HORTA, 1999, p.6).

Desta forma, fazer uso de ações educativas amparados na Educação Patrimonial como parte do currículo, no processo de ensino e aprendizagem, poderá contribuir para o fortalecimento de uma visão estruturada em conceitos que serão essenciais, para uma vivência consciente dos estudantes, assim compreendendo que:

“... a educação patrimonial pode utilizar os lugares e suportes da memória (museus, monumentos históricos, arquivos, bibliotecas, sítios históricos, vestígios arqueológicos, etc.), que foram inseridos nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, de temáticas ou de conteúdos programáticos que versem sobre o conhecimento e a conservação do patrimônio histórico. A partir da inserção dos temas e conteúdo que versem sobre o patrimônio cultural nas diretrizes curriculares, tem-se uma ampliação dos conceitos e noções histórico-culturais em âmbito local, regional e global. Além de propiciar a conscientização sobre as contribuições de diferentes grupos culturais, dos lugares, das memórias, dos costumes e das identidades.” (ZARBATO, 2015, p.80)

Com efeito, Ivo Mattozzi, salienta que,“ o professor pode aproveitar essa ligação entre a história e os bens culturais para incluir no currículo estratégias de pesquisa histórico didáticas que façam uso dos bens culturais...”(MATTOZI, 2008,p.137),  isso se dá através da estruturação dos currículos e das aulas de História e/ou trabalhos interdisciplinares, que abrindo a possibilidade do estudante, por intermédio do contato com as fontes patrimoniais, fazer leituras da sua realidade e partindo dela compreender esse universo sociocultural, logo a nossa função, enquanto professores de História , além de outras:

“... necessário desenvolver nos jovens, através de um contacto direto e constante com fontes patrimoniais, nomeadamente no âmbito local, sentimentos de responsabilidade em relação ao património histórico, e de pertença a comunidades portadoras de memórias necessárias à compreensão do presente e à reflexão crítica e construtiva sobre o futuro.” (PINTO,2011, p.1)

Paulo Freire (2013), destaca o papel do professor como sendo não de transferir conhecimento, mas de criador de possibilidades para a produção ou construção desses saberes por parte do formando e esse processo ocorre em conjunto - educador e educando. Salienta ainda, a necessidade do professor estar sendo pesquisador, pois segundo Freire, isso “Faz parte da natureza da sua prática docente a indagação, a busca e a pesquisa. O de que se precisa é que, em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque professor, como pesquisador.” (FREIRE, 2013, p.30) e ainda acrescenta que, nessa “...formação permanente dos professores, o momento fundamental e o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a pratica de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima pratica.” (FREIRE, 2013, p.40). Assim, o professor é parte fundamental na compreensão e importância do estudo sobre o patrimônio e, na construção do diálogo com os estudantes para que possam ocorrer os processos formativos, que contribuam para que o estudante possa se envolver, perceber e compreender melhor o ambiente em que vive.

O ensino da história, a partir do estudo do patrimônio cultural, pode assentar-se nas diversas memórias disseminadas nos mais diferenciados sujeitos sociais, para que se possa apreender delas as diversas versões e olhares, que a experiência histórica local se fundamenta e se constitui, não caindo somente na concepção “oficial” de memória e história que está alicerçada na visão dominante de apenas um segmento da sociedade ou de determinados indivíduos como se fosse os únicos representante da memória social.

Referências 
Sandro Ambrósio Alves é Professor de História da Escola Estadual Francisca Barros de Carvalho(Rondonópolis-MT), Pós graduado em História da América Latina Contemporânea(UFMT) e Mestrando no curso de Mestrado Profissional ProfHistória na Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT). Trabalho orientado pela Professora Drª Jaqueline Aparecida Martins Zarbato(UFMT/UFMS).

BARCA, Isabel. Educação Histórica: uma nova área de investigação. Revista da Faculdade de Letras. Porto, III Série, vol.2, 2001, p.013-021.Disponível em: ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2305.pdf

_____________. Aula Oficina: do Projeto à Avaliação. In. Para uma educação de qualidade: Atas da Quarta Jornada de Educação Histórica. Braga, Centro de Investigação em Educação (CIED)/ Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2004, p. 131 – 144. Disponível em: https://www.scribd.com/document/167018128/Aula-Oficina-Isabel-Barca

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2009.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file. Acesso: 10 de fev. 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais de História. Brasília: MEC, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_5a8_historia.pdf.  Acesso: 15 de fev. 2018.

ZARBATO, Jaqueline Aparecida Martins. Ensino de história, patrimônio cultural e currículo: reflexões sobre ações educativas em educação patrimonial. Revista Labirinto, Porto Velho-RO, Ano XV, Vol. 22, p. 77-90, 2015. Disponível em: www.periodicos.unir.br/index.php/LABIRINTO/article/viewFile/1391/1417

PAIVA, Odair Cruz. Patrimônio e História. In Elisabet Leal, Odair Cruz Paiva(orgs). Patrimônio e História. Londrina: Unifil, 2014, p.07.
TOLEDO, Maria Rita de Almeida; COSTA, Wilma Peres. Patrimônio e História. In Elisabet Leal, Odair Cruz Paiva(orgs). Patrimônio e História. Londrina: Unifil, 2014, p.23.

SILVA, Mônica Martins; DELGADO, Andréa Ferreira. Ensino de História e Educação Patrimonial: experiências de ensino e pesquisa na educação básica. In Gil, Carmen Zeli de Vargas e TRINDADE. Rhuan Targino Zaleski (org.) Patrimônio Cultural e ensino de história. 1º ed. Porto Alegre, RS: Edelbra, 2014, p.72.

HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia Básico de Educação Patrimonial. Brasília: IPHAN, Museu Imperial, 1999.

MATOZZI, Ivo. Currículo de História e educação para o patrimônio. Educ. rev. [online]. 2008, n.47, pp. 135-155. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-46982008000100009&script=sci_abstract&tlng=pt

PINTO, Maria Helena Mendes Nabais Faria. Educação Patrimonial e Patrimonial: concepções de alunos e professores sobre o passado em espaços do presente. Portugual: Universidade do Minho, 2011.

FREIRE, Paulo, Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. 46º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.


5 comentários:

  1. Olá Sandro.

    Gostei do seu texto, pois, faço Pós-Graduação em Arqueologia, História, Patrimônio Cultural e Educação. Me chamou a atenção a sua primeira citação da Circe Bittencourt, pois, essa autora possui ideias inovadoras de como aplicar o ensino de História na sala de aula, tenho essa autora como base teórica em minhas publicações.


    Mas a minha pergunta é a respeito da aula a campo com os alunos, qual ou quais os aspectos que você considera mais importante para realizar uma visita a campo em Museu com seus alunos?

    Att, Aline Karine Nunes.

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    1. Olá Aline, agradeço pelas palavras. Realmente a pesquisadora Circe Bittencourt, traz muitos aspectos importantes para o ensino de História.
      Olha, esta aula campo com os estudantes fez parte de uma experiência que estou realizando para produção de um material didático. Nesse sentido estou considerando, em primeiro lugar um contato do aluno de forma prévia com os conceitos básicos relacionados a memória, lugares de memória, Patrimônio, relacionando ao entorno da escola, compreendendo que não existe só o oficial,bem como oportunizar a eles análise de um objeto produzido por alguém da própria localidade. Para isso me utilizo da metodologia da Educação patrimonial proposta no Guia Básico de Educação Patrimonial, estabelecido por Maria de Lourdes Horta. Já na aula campo, a ideia foi compreender a relação do aula com a evidência história, podendo ser realizado em diversos espaços, mesmo não sendo o Patrimônio oficial, mas para experiência considerei os oficiais por estar relacionado a História oficial local, no sentido compreender as narrativas desses estudantes sobre o lugar, primeiro eles descrevem o que consideraram importante no lugar, o que provalvemente pode ser categorizado posteriormente enquanto o tipo de patrimônio: material, imaterial ou ambiental é retratado por eles, e outro momento utilizo imagens de períodos distintos do lugar, para isso me utilizo de Jorn Rusen, nas competências narrativas de experiência, interpretação e orientação, no intuito de compreender a relação passado, presente e futuro na construção do aprendizado histórico. Ainda foi proposto a eles entrevistas a pessoas que fazem parte do local ou frequente, quanto as relações com o lugar, bem com dúvidas que teriam sobre o lugar. Mas sobretudo o que se espera é que os alunos possam questionar o patrimônio, para isso a ideia foi não trazer a informação antes da visita, mas após, eles mesmos se sentirem como pesquisadores, proporcionar-lhes um momento de dirimir as dúvidas. Outro ponto que considero importante é trabalhar com turmas pequenas de no máximo 20 alunos dependendo do espaço e dividí-los em grupos de 3 a quatro estudantes. Também a utilização de documentos sobre o espaço como fotos, notícias, etc. Esse tipo de ação didática que estou realizando também pode ser considerada como museu de percurso, que penso ser uma forma de levar os estudantes a perceberem a cidade. Todos esses passos foram utilizados no museu também.
      Abraços
      Sandro Ambrósio Alves

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  2. Bom dia Sandro,

    Sendo também professora da rede estadual de Mato Grosso e mestranda do Programa de Mestrado Profissional ProfHistória compartilhamos do mesmo tema de pesquisa, no entanto com delimitações de publico e objetivos distintos.

    Sabedora dos desafios que encontramos em sala de aula para o ensino de História local e regional mediante volume de conteúdos do currículo escolar, parabenizo seu trabalho e a iniciativa de romper com o sistema bancário de ensino, como diz Paulo Freire, e propiciar aos estudantes uma aprendizagem histórica resultante do protagonismo dos mesmos, enquanto sujeitos históricos.

    Diante disso, minha pergunta é sobre o protagonismo dos estudantes pós visita aos bens históricos e culturais, o que os estudantes fizeram com os registros da ação educativa?

    Atenciosamente;
    Juliana Ramos de Arruda
    Professora da rede publica estadual de ensino e mestranda do ProfHistória/UFMT.

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    1. Boa noite Juliana, Obrigado pelo comentario. Olha no pos visita o professor da sala trabalhou a Historia local com mais afinco, pois duvidas ficara e os estudantes queriam respostas para as mesmas, outra coisa, por a data da pesquisa ter sido proximo ao aniversario da cidade, isso foi fundamental na compreensao. Como foi feito um trabalho antes da visita passaram a fazer relação com o que tinha elencado antes no entorno da escola. Mas acredito que muitas outras possibilidades podem ocorrer.
      Att.
      Sandro Ambrosio Alves

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  3. Olá Sandro Ambrósio Alves

    Comunicação pertinente no que tange a educação patrimonial e o ensino de História. Sabemos que o professor se torna sujeito ao instigar o aluno, através de suas práticas, em conhecer e perceber a realidade que o cerca de maneira crítica e autônoma. A memória, sobre diversos olhares, se torna importante componente para a socialização, formação do sujeito e constituição da sociedade. Neste sentido, como podemos tornar os locais de memória significativos para os alunos? É possível perceber mudanças efetivas a partir das visitas realizadas?

    JULIO JUNIOR MORESCO

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