Miriam Bianca Amaral Ribeiro

TEATRO, PATRIMÔNIO, MUSEU E ENSINO DE HISTÓRIA REGIONAL: HISTÓRIA DE GOIÁS EM MOVIMENTO

As relações entre patrimônio, museu e educação tem sido objeto de debates interdisciplinares e apontam os caminhos da superação das visitas da escola aos espaços de museu como momentos limitados à contemplação, que por si só já são educativos, mas não exploram as possibilidades de produção coletiva de conhecimento via problematizações vinculadas aos projetos pedagógicos em andamento. Esse trabalho apresenta o projeto de extensão e pesquisa, vinculado ao DHUCA, Núcleo de Estudos e Pesquisa Diálogos Humanidades, Ciência e Educação, da Faculdade de Educação da UFG, sob o título ‘História de Goiás em movimento’, através de uma intervenção realizada ao longo de 2015 e 2016, em 10 museus históricos instalados em 10 diferentes cidades goianas, realizado em parceria com o Teatro Destinatário, companhia profissional de Artes Cênicas em atividade há 5 anos, em Goiás.

O projeto foi construído a partir do texto para teatro ‘Quecosô, Oncotô, Oncovô – Goiás: Singulares no Plural’, de nossa autoria. O objetivo é possibilitar e exercitar novas leituras e metodologias para a discussão da historiografia e ensino da história regional. Para execução deste projeto foram realizadas 10 apresentações gratuitas do espetáculo, dentro dos 10 museus históricos espalhados pelo estado, sendo convidados professores e alunos de escolas públicas próximas, aberto também à população das cidades. O público foi convidado a conhecer o acervo do museu, assistir ao espetáculo e ao final, participar de uma roda de conversa com o grupo e a autora. Este projeto compõe as pesquisas sobre patrimônio imaterial, memória, história e identidade no estado de Goiás, articuladas com a questão da metodologia do ensino do regional. Queremos trazer à discussão o que é ser goiano, quem são essas pessoas que fazem nosso estado, que cultura é essa que está em nós e como isso se articula com o ensino da história regional. O trabalho aqui apresentado incluiu a produção de material pedagógico entregue a professores, coordenadores e demais interessados em aprofundar o debate ao longo do ano letivo, em ações interdisciplinares, após a apreciação do espetáculo. O percurso de cada um dos museus foi registrado em áudio e vídeo, documentando a narrativa do guia, entrevistas com alunos, professores e direção dos museus sobre o que os referencia quanto à história de Goiás, o que seria um museu e demais questões arroladas no projeto. Assim, produzimos um acervo de mais de 40 horas de documentação. Em 2017, o projeto encontra-se em fase de análise de dados e redação do texto final da pesquisa, a ser concluída em 2018.

O ensino da história regional tem sido um dos campos do ensino de história que mais resistem às propostas de transformação crítica, seja do ponto de vista da discussão historiográfica, seja quanto à questão metodológica. Isso é facilmente detectável ao observar a reafirmação, no cotidiano das salas de Ensino Fundamental, especialmente, interpretações sobre a história de Goiás, já plenamente superadas pela historiografia regional. Temos procurado contribuir tanto na compreensão da permanência e reedição dessas interpretações tão conservadoras, quanto na produção de alternativas a essas interpretações, que pretendemos acessíveis tanto à estudantes de pedagogia ou história, quanto aos professores e alunos das redes públicas de educação. Trabalhamos com a indissociabilidade intrínseca e conceitual entre ensino, pesquisa e extensão, por considerar que essas instâncias da produção acadêmica não podem ser hierarquizadas porque se retroalimentam, além de partirmos, como projeto de sujeito e de sociedade, da ideia de que todos somos capazes de produzir conhecimento e colocá-lo em circulação e discussão. Nesse sentido, publicamos, por exemplo, resultados de nosso trabalho em Mascarenhas (2007) e Ribeiro (2011), além de obras didáticas e paradidáticas (Gomide, 2013; Ribeiro e Mascarenhas, 2006).

Nesse sentido, como parte desse universo, temos proposto e estudado as articulações entre as linguagens da arte e o ensino da história, neste caso, a história regional, ampliada pelas temáticas relativas à questão do patrimônio, da memória, da identidade e da história do ensino de história. O trabalho que aqui apresentamos se origina, então, do projeto em andamento, registrado na FE/UFG sob o título ‘História de Goiás em movimento’, através de uma intervenção realizada ao longo de 2015 e 2016, em parceria com o Teatro Destinatário, companhia profissional de Artes Cênicas em atividade há 5 anos, em Goiás.

Apresentaremos, então, um trecho material produzido para a execução do projeto, onde se encontram as temáticas e abordagens da história de Goiás que motivaram a cena, antecedidas pelo texto original da cena, seguidas de questões para o debate e por fim, apresentamos sugestões de atividades, que são apenas algumas entre tantas possíveis diante da realidade específica de cada sala e escola, cada faixa etária e níveis de escolarização. As músicas em cena são de compositores goianos, sendo a maioria delas de autoria de Juraíldes da Cruz, cuja obra pode ser visualizada no sitio www.juraildescruz.com.br.

Cena 1 – (abre com a música ‘Se correr o bicho pega’. Atores no palco se posicionando no palco, colocando objetos do cenário como cabide de roupas e adereços.)
‘Se correr o bicho pega’ – ( trecho)
Eu quis fugir de mim...
Mas aonde eu ia eu tava
Quanto mais de mim eu corria
Mais pra perto de mim chegava
Quando o calcanhar chegava
O dedão já tinha ido
Escondendo eu me achava
E me achava escondido

Cena 2
(Ao final da abertura sobram 3 atores em cena)
P1-(andando em meio aos adereços que indicam as coisas de Goiás. Pega um pequi cenográfico, grande e diz como se filosofando a La sheakespeare )‘ Ser ou não ser, eis a questão. Goiano ou não goiano, taí a encrenca. Quecosô, oncotô, oncovô? Quecosô, oncotô, oncovô?( vai baixando a voz e o próximo entra)
P2- Quecosô, oncotô, oncovô? - Quecosô, oncotô, oncovô? Vivendo neste cerradão, essa é a pergunta que não quer calar. Quecosô, oncotô, oncovô? - Quecosô, oncotô, oncovô?
P3- (entrando com um tamborim)Quecosô, oncotô, oncovô? - Quecosô, oncotô, oncovô? ((começa um samba com as expressões.P1 pára e fala aos outros)
P1- Pára! Não dá pra acabar tudo em samba. Que é isso gente! Nessa terra parece que tudo tem que acabar em pizza ou em samba.
P2- Tem razão. Aqui é Goiás. (pega violão e começa em ritmo de música sertaneja) Quecosô, oncoto, oncovo.
P1- Ai, que coisa. Num é nada disso. É que eu ainda não desisti de saber quecosô. Eu preciso saber quecosô.Como seguir adiante sem saber quecosô?
P2-Tá certo. Afinal de contas, oncotô?
P1-E o pior vocês nem sabem. Pra saber tudo isso: quecosô, oncotô,oncovô, a gente tem saber doncovem.
P2- Como assim, doncovem? Eu vim de casa, ué.( aponta pra platéia) Num foi, mãe?
P1-Não é esse doncovem. É um doncovem maior, mais antigo.
P2- Ah, bom, entendi. Antes eu fui pra escola.
P3-Aloooou. Ela ta falando das nossas origens, das nossas raízes.
P2- Ah, isso eu sei. (formal com se lesse uma lição decorada) Nossas raízes são profundas, porque o cerrado é como se fosse uma floresta de cabeça pra baixo, porque só assim as árvores conseguem pegar água lá no lençol freático.
P3- Lençol o que?
P2- (Exibido) Freático.
P3- Mas, não dessa raiz que ele ta falando não.
P1- São as coisas que nos ajudam a entender o que a gente é, onde estamos e pra onde podemos ir.
P3- E isso não é pouca coisa não. É uma mistura danada.
P2- A gente é um pouco de muitos, de muitos tempos e lugares diferentes...
P1- Isso é uma longa história e eu tô dentro. Eu quero saber quecosô, oncotô, oncovô.
P2-(para a plateia) Vamos nessa então. Vamos percorrer nossa história pra saber Quecosô, oncotô, oncovô?
P3- Quecosô, oncotô, oncovô?
b- Pensando as cenas

Essas duas cenas abrem o espetáculo apresentando a questão central proposta: investigar quem somos nós, goianos de nascimento ou por adoção. O que nos aproxima de outras identidades regionais? O que nos diferencia? O que nos insere no projeto de uma identidade nacional, o que nos distancia?

Para construir possíveis respostas propomos percorrer a trajetória histórica de Goiás, construindo a noção de processo histórico. O texto está estruturado a partir de uma concepção de história que a considerada uma produção coletiva dos grupos humanos, movida pelas contradições que se estabelecem ao longo do tempo, no contexto das relações entre os homens e entre os homens e a natureza.

Assim pensando, não cabe uma história descritiva, centrada em grandes e heroicos personagens, que supostamente fizeram, eles apenas, a história de Goiás. Não que sujeitos específicos não tenham papéis específicos ao longo deste processo, mas tais intervenções se submetem e compõem o processo em questão. Da mesma maneira, atores, etnias, setores sociais ou movimentos nem sempre lembrados pela história regional assumem aqui seu lugar como participantes desta cena.

A questão que se coloca é: como todas essas contradições produzidas ao longo do processo de ocupação e transformação do espaço regional constituíram o sujeito social que aqui vive, convive, trabalha, ama, se diverte, elabora sua visão de mundo? Existe um ‘sujeito goiano’, homens e mulheres, ou não? Essa diversidade contraditória, conflitante e em permanente transformação, produz ‘sujeitos’ também diversos? Nossa história nos aproxima a ponto de formar um jeito goiano de ser, ou não?

c- Questões para o debate em sala de aula
1-O que o autor da música de abertura quis dizer com a expressão: ‘Eu quis fugir de mim...
Mas aonde eu ia eu tava’? O que existe em todos nós, seres humanos, que, por mais que a gente queira negar, vai estar sempre com a gente?
2-O que existe em nós, que vivemos em Goiás, que por mais que a gente queira negar ou disfarçar, está sempre presente, onde quer que a gente esteja?
3-Você acha que a música sertaneja, especialmente a produzida por essas grandes duplas de sucesso nacional, podem ser consideradas símbolos da música feita por aqui? Ou seja, é só isso que produzimos em música em Goiás?
4-Por que, para saber quem somos (quecosô) e entender onde estamos (oncotô) é importante sabermos de onde viemos (doncovem)?
5-O que tem a ver as raízes do cerrado, aquelas que formam uma floresta de cabeça para baixo, com nossas raízes históricas? Ou seja, o que tem a ver o jeito que a gente vive com o jeito do lugar onde vivemos? Ou não tem nada a ver?
6-Por que o ator usou o pequi para simbolizar Goiás?

Cena 3 – a questão indígena
(dois adolescentes que cumprimentam-se com gestos típicos de adolescentes)
J1- Aí véi, tá ligado?
J2-Só, meu. E aí, tá ligado?
J1-Só. Ligadão?
J2-Só. Ligadão. E aí, ligadaço?
J1-Só. Ligadaço. Formou. É nóis.
J2- Qualé o lance pra hoje? Aí, ralei pra caramba e to a fim de liberar geral. Tudo de bom, tá ligado?
J2- To ligado. Só que eu to na dureza, véi. To sem grana nenhuma.
J1- Aí, véi, formou. Zero de cacau, bufunfa, capim, tutu. (cumprimento adolescente desanimado)
J2-Parece que a galera ia pra uma balada aí. Tá ligado?
J1-Qual balada, aí, véi, tá ligado?
J2-É um lance na praça, de graça, tá ligado?Acho que era um show do Michel Teló...., ta ligado?( cantando) Ai, se eu te pego....
J1- Ai, se eu te pego? Qualé véi, passa amanhã. Michel Teló, ‘té logo. Ninguém merece. Que programa da índio, malandro!
J2- Hi, é mesmo, cara. Maior programa de índio.
(começam sons indígenas e dança ou cena do cotidiano indígena vai se formando atrás)
Será mesmo?
J1-Claro que é.(imitando a dança do ai se eu te pego, desprezando)Passa amanhã. Ninguém merece. Ta ligado?
J2-Não, véi. Será que índio vivia assim, do jeito quem a gente vive. Ralando a semana inteira, pegando ônibus lotado, e no fim de semana não tem grana nem pra ir por aí com os amigos?
J1-Ninguém merece, né? Índio tinha tempo de brincar no rio, descansar, ouvir as histórias dos mais velhos. E a gente, meu?
J2-Índio, por ele mesmo, num vivia nesse sufoco, não. Parece que programa de índio era muito melhor que o nosso, tudo de bom, véi, tá ligado?
J1- Ta certo que tinham lá seus problemas, suas encrencas, guerras, fome, problemas. Mas, daí falar desse jeito, num rola não.
J2-E por que  a gente vive falando mal de programa de índio?
J1- Boa pergunta, véi. Mas, parei!!! Falo isso mais não. Ninguém merece, passa amanhã. Tá ligado?
J2-Formô, véi. Só... Tô ligado!

b- Pensando a cena
A questão indígena, como tratada comumente pelos meios de comunicação e pelo senso comum tem chegado à escola envolta no etnocentrismo. Mesmo considerando a já distante conjuntura da colonização europeia, a forma com que lidamos com as etnias indígenas na atualidade tem sido sustentada em uma reelaboração permanente e contemporânea da noção eurocêntrica de mundo e de grupos humanos oriunda da ocupação colonial. Essa cena pretende polemizar e contribuir para desconstrução dessa concepção que repercute em nossos dias através do preconceito e da discriminação.

A cena também possibilita a discussão sobre comparação das formas de produção da sobrevivência características das sociedades indígenas e as relações capitalistas de produção, através das diferentes formas de organização do tempo de trabalho e tempo de lazer, das formas de convivência, da formação da juventude e do papel do trabalho nas diferentes formas de organização da vida social. Vale ressaltar a preocupação em não romantizar as formas de organização das comunidades indígenas, também envoltas em contradições, como qualquer outra; embora se distinga radicalmente da lógica capitalista.

Também importa considerar que não tratamos a questão indígena como uma questão limitada ao processo de ocupação colonial, posto que sua existência, em muito, a antecedeu; ao mesmo tempo em que se trata de uma questão contemporânea, quando a ameaça de extinção sumária de etnias inteiras não são apenas boatos.

c- questões para o debate em sala
1-Quais semelhanças e diferenças existem entre o modo de vida dos grupos indígenas e o modo de vida dos não-índios?
2-Você concorda com a ideia de que os índios são preguiçosos?
3-Existe apenas um modo de ser índio, ou seja, índio é tudo igual?
4-Quais palavras existem na cena que tem um significado especifico na comunicação entre os jovens? Quais são esses significados?
5-Lazer e diversão são direitos de todos. Como você gosta de se divertir? Você tem tido como praticar essa atividade que você citou?
 (...)

Cena 7– Coronelismo e poder local
(Coronel sentado na sala, jagunços ao lado, uma mesa com urna)
Peão-( beijando a mão do coronel) A bença, padim.
Coronel- Bençoe, meu fio. E a Maria e os meninos?
P-Bão, sim senhor.
C- E o gado, já fechou tudo? Cê sabe que eu num gosto de nada meu esparramado. Nem gado, nem terra, nem gente. Nesse Goiás não foi fácil juntar gado, nem terra, nem gente. Deu um trabalhão...
P-Eu sei, sim senhor, coronel.
C- Sabe o que, peão. Sabe nada. Isso aqui começou com meu avo, bisavô, triavô, bota avô nisso. Desde que acabou o ouro nesse Goiás, até juntar um gado, foi muita terra que minha família foi tomando conta.
P- Parece que tomava mesmo. Tomava dum, tomava doutro. Ia tomando... Era isso que contava meu avô, meu bisavô, triavô... bota avô nisso.
C-É assim que se forma uma família tradicional por essas bandas. Sempre fomos companheiro de companheiro, que num deixa os amigos na chapada. A terra é grande, mas meu gado é junto.
C-Antes de vir votar, eu já juntei o gado todo, sim senhor.
C- Ah, cê veio votar, né? Pode ir votar. É ali no canto da minha sala. Dá o voto pra ele aí, Tião.
P- Coronel, se o senhor não levar a mal, eu queria saber só uma coisinha antes de votar. Coisinha à toa, bobagem minha.
C- Tá preocupado com a assinatura, né?  È mais um querendo assinar. Preocupa não, meu fio. Já tá tudo assinado aí na lista já faz uns três dias. O Mané Justino é o único que sabe escrever por aqui e ele já assinou pra todo mundo. É só votar. É cada preocupação besta desse povo de meu Deus.
P-Não é isso não, coronel, nem assinar eu sei mesmo. O senhor é bom até nisso, já deixa tudo assinado pra gente. Ô home bom. Mas, é outra coisa. ( jagunço entrega o voto fechado, entrega e ele vai votar)
C- Ai, meu deus, que que é agora?
P- É bobagem, mas os menino – aqueles que o senhor é padrinho pode querer saber, e eu num vô sabê fala.
C- Num sei nem mais quanto menino já batizei.
P- Vai que a muié pergunta...
C- por isso você num vira coronel como eu...preocupado com pergunta de mulher...Vai, desembucha que eu to ficando arretado.
P- Se não for incomodar, eu queria saber em que eu votei.
C-Mas, esse povo num sabe votar mesmo, num sabe o que é democracia. Passa daqui, ignorante, você num sabe que o voto é secreto?
b - Pensando a cena

Aqui procuramos discutir as bases do mandonismo local tendo como referencia as praticas de controle político, apadrinhamento, concentração de propriedade. Consideramos estas questões não superadas em Goiás e no Brasil e a cada processo eleitoral essa conduta se sofistica, mas se mantém. O controle dos processos eleitorais, como realizados na Primeira República, nunca deixaram de ocorrer, mesmo que hoje se compre votos com cartões cidadania, ameaças a bolsa universitária do jovem estudante de uma família goiana ou se coloque em risco o contrato de pro-labore de um professor. Também, através da música, discutimos as relações campo-cidade, a identidade cultural do homem da roça em meio ao mundo urbano, nos ajudando a compreender que somos sim, todos com um pé na roça, embora nada tenhamos a ver com o mundo country.

c-questões para o debate em sala
1-Como se davam as relações entre o coronel e seus empregados?
2-O que significa a expressão: ‘Cê sabe que eu num gosto de nada meu esparramado. Nem gado, nem terra, nem gente’?
3-Por que a riqueza e a pobreza passam de geração para geração, como  aparece na conversa entre o coronel o peão?
4-As eleições eram mesmo democráticas? Por que?
5-Qual era o papel do analfabetismo no controle da vida das pessoas, neste tempo?
6-Qual parece ter sido a principal atividade econômica desenvolvida em Goiás, neste período, a Primeira República?

Enfim, pretendemos com esse trabalho, aqui parcialmente apresentado, contribuir para a desconstrução de uma história oficial, unilateral e ainda hegemonizada pelos setores oligárquicos e conservadores que constituíram a história até hoje ensinada nas escolas de Goiás e para o reconhecimento de todos nós como sujeitos plenos dessa mesma história, movida pelas contradições e em permanente movimento de reinterpretação.

Referências
Miriam Bianca Amaral Ribeiro é doutora em história e professora adjunta de Fundamentos e Metodologia do Ensino das Ciências Humanas na Faculdade de Educação da UFG.

GOMIDE, Cristina Helou. A saudade de José. Goiânia: Fanzine, 2015.
MASCARENHAS, Angela Cristina Belém (org). As Ciências Humanas no Ensino Básico. Goiânia: UCG, 2007.
RIBEIRO, Miriam Bianca Amaral e MASCARENHAS, Angela. Redescobrindo Goiás: a história e a sociedade. SP: FTD, 2006.
RIBEIRO, Miriam Bianca Amaral. Cultura histórica e história ensinada. Goiânia: Ed. UFG, 2011

6 comentários:

  1. Professora Miriam, feliz encontro comigo (saudoso goiano que encontra-se hoje fora de Goiás) em meio a leitura da narrativa de várias linguagens. Tive ainda que fazer algumas pausas a buscar as músicas e cenas da peça. Mais do que perguntas, a menção é em pontuar a função social desta vossa proposta, muito positiva a lançar devidas complexidades as nossas interpretações didáticas e investigativas sobre a História de Goiás. Além do conhecimento socializado através do espetáculo, as escolas acessaram materiais que possibilitasse continuarem o projeto nas salas de aula? Ainda é possível acessar estes materiais?
    Igor Fernandes de Alencar

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    1. Oi, Igor. Q bom que vc gostou do trabalho, mesmo que ele esteja apenas em parte aqui transcrito. Antes de assistirem a peça e visitar o museu, fizemos reuniões com os professores das escolas envolvidas e quem mais quisesse ir. Neste encontro apresentamos o material pedagógico que deixamos junto com as escolas.Nele propomos que o evento visita ao museu/apreciação do espetáculo não seja um fim em si mesmo, através de sugestões de leituras, debates e atividades em sala que podem se estender pelo ano a fora. SE vc quiser cópia dessa material,posso mandar pra vc por email.

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    2. Profa. Miriam, boa noite. Havendo disposição por sua parte, desde já fico agradecido com o que puder compartilhar. email: igor4p@gmail.com

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    3. OI, de novo. Mandei pro seu email.espero sua critica.

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  2. Olá Profa. Bianca. É possível pensar o trabalho regular de apresentação e discussão da peça, construir um calendário para todo ano, de modo que não somente as escolas, mas qualquer pessoa por ter acesso a essa discussão? Considero que essa produção é fundamental na formação e na revisão da concepção de cidadania, além de confrontar a história oficial que temos criticado, sobretudo a frase que nunca quer calar em Goiás: Pedro Ludovico, um homem à frente de seu tempo. Não sei como funciona o financiamento para essa atividade. Seria possível pensar algo a longo prazo? Colocar a peça em cartaz, por exemplo, por algum tempo?

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  3. A peça esteve em cartaz em Goiânia e no interior, circulando por escolas, teatros e museus, contabilizando mais de 150 apresentações, com um público estimado de aproximadamente 40 mil pessoas.O Teatro Destinatário continua em cartaz com o espetáculo e ainda acontecem apresentações, como duas programadas para esse mês de abril, junto ao Museu Antropológico da UFG.

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