Marcelo Feitosa e Lucilvana Barros


DIFERENTES LINGUAGENS NO ENSINO DE HISTÓRIA: OUTRAS POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM HISTÓRICA
  

Introdução
Este texto é resultado das reflexões realizadas na disciplina Prática Curricular Continuada IV: Literatura, Oralidade e Mídias, no curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará- campus de Xinguara, e tem como objetivo realizar uma breve reflexão acerca das diversas linguagens que podem ser utilizadas no ensino-aprendizagem da disciplina de História. Atentando para as dificudades, vantagens e desvantagens do uso das mesmas na sala de aula. Busca-se ainda, analisar especificamente o uso da imprensa na sala de aula por meio dos jornais, elencando suas origens teorias e metodologias. O uso de novas linguagens no ensino de História para melhor compreensão e aprendizagem dos conteúdos por parte dos alunos, tornou-se nas últimas décadas muito frequente pelos professores que buscam dinamizar suas aulas. As novas linguagens são vistas como método inovador e vem sendo debatidos por vários pesquisadores da área de ensino na busca por aperfeiçoar as metodologias de trabalho no campo escolar, além de buscar prender a atenção dos alunos nos conteúdos propostos no plano das disciplinas, contudo o uso dessas novas linguagens vai além das salas de aula, segundo Fonseca (2012, p. 257), “tornou-se prática recorrente na educação escolar, no ensino e na pesquisa realizados nas universidades, o uso de imagens, obras de ficção, imprensa, filmes, programas de TV, internet e outros diferentes gêneros textuais”, por isso se faz se suma importância que os professores atuais conheçam e utilizem essas novas linguagens em seus trabalhos cotidianos.

Imprensa e Literatura
O professor enquanto construtor do conhecimento, ao utilizar as novas linguagens estimula os alunos a produzirem conhecimentos com base em diferentes atividades ou formas de interação, uma dessas linguagens é a narrativa jornalística que através de uma infinidade de outras linguagens dentro do jornal circulado consegue exemplificar diversos temas e épocas,  como explicita Katia Abud (2010, p. 28) “a narrativa jornalística, no geral, é construída por meio da associação entre texto e imagens, principalmente fotografias, e nos fornece informações recentes ou, quando distanciada historicamente, nos dá indícios e dados sobre mudanças e permanências.” A Literatura é uma das linguagens mais usadas frequentemente por abrir um leque de possibilidades para tornar o aprendizado mais atrativo, nessa perspectiva Katia Abud (2010, p. 41) destaca que “utilizar obras literárias como subsídio para construir conhecimento é cada vez mais frequente no ensino de História”; os romances, contos, crônicas e tantas outras formas literárias “são objetos desafiadores e prazerosos para o professor que visa diversificar sua prática cotidiana de ensino” (ABUD, 2010, p. 41).

Televisão e Cinema
A Televisão é um importante veículo de comunicação que está dentro dos lares de milhares de brasileiros diariamente, contudo seus conteúdos refletem bem a sua época,  a TV em si busca agradar seu telespectador através de produções dirigidas a um determinado público específico, atualmente a TV aberta brasileira vem colocando em sua programação temas que envolve a diversidade, mas é importante analisá-la com um viés crítico buscando ligá-la ao contexto social da produção de sua programação, como afirma Alessandra Ciambarella (2014, p. 234)  a Televisão nessa complexa relação entre a sociedade e os meios políticos que determina o que ela deve exibir deve ser analisada na perspectiva do “seu papel fundamental como agente social que elabora e enuncia discursos históricos.”

Outra mídia bastante utilizada nas aulas de História são os “filmes históricos” que devem ser observados criticamente segundo Marieta Ferreira e Renato Franco (2009, p. 128)    “[os filmes] apresentam, contudo, um problema pois podem misturar livremente realidade e ficção. Por ser uma expressão artística, o filme pode se valer da imaginação para produzir sua história.” É importante elencar que os filmes podem ser utilizados como objeto de reflexão historiográfica pois eles podem “reafirmar clichês, desconstruir ou criar novas memórias, mesclando realidade e ficção sem grandes transtornos [...] o filme seleciona, exalta ou esconde elementos do passado sem precisar justificar-se em termos de comprovação”, mas os autores elencam que:

“se levarmos em consideração que não há história neutra, é possível afirmar que nenhuma tentativa de recostituição do vivido serve apenas como ilustração. O filme é um agente histórico na medida que interfere na realidade e reelabora o passado conforme as necessidades do seu presente.”(FERREIRA & FRANCO 2009, p. 128).

Mapas e Jogos
Os mapas são utilizados nos livros didáticos desde o seu início, mas se faz necessário observá-lo como imagens que completam o texto e não somente como foto ilustrativa.  Segundo Chambouleyron (2014, p.36): “o mapa se liga ao conjunto de informações que lhe dão sentidos” e explica que :

“a representação  traçada num plano (ou mesmo num globo, ou num conjuntos de representações, como um Atlas) nasce de uma razão para sua elaboração, de um processo de coleta, seleção e organização de dados de variada natureza de sua confecção (manuscrita e impressa) e de sua própria divulgação e apropriação. É fundamental nunca esquecer que os mapas tem um porquê, isto é, são produzidos por alguma razão; nesse sentido, como qualquer outro documento eles estão atrelados a instituições e a intenções.” (CHAMBOULEYRON, 2014, pp. 36,37).

Levar jogos para sala de aula e inseri-los em meio aos alunos, além de ser uma linguagem contemporânea e inovadora  é também desafiadora para o docente que pretende utilizar esta linguagem, pois os jogos atuais são de uma complexidade tamanha que exigem no mínimo 40 horas de dedicação para sua finalização, além de exigir tarefas árduas do jogador para alcançar níveis mais elevados dentro do jogo, principalmente os que estão disponíveis online, mas também tem suas vantagens, pois os jogos em si, segundo Ferreira e Franco (2009, p. 134) “direciona interesse pelo jogo, ou seja, a vontade de vencer seus obstáculos”.

Imprensa: seu uso teórico e metodológico
A partir da década de 1970, o jornal ao lado da História da Imprensa e por meio da Imprensa tornou-se objeto de pesquisa histórica. Segundo Tânia Regina de Luca (2008, p. 118) “a escolha de um jornal como objeto de estudo justifica-se por entender-se a imprensa fundamentalmente como instrumento de manipulação e interesses de intervenção na vida social.” O professor que se propor a trabalhar com essa linguagem deverá está atento a observar os aspectos que envolvem a materialidade dos impressos e seus suportes, que nada têm de natural, as funções sociais desse impresso, historicizando-o e averiguando as condições de produção vigentes dentro da sociedade que produz(iu) tal imprensa (jornal, revista, etc).

Outros aspectos que devem em um primeiro plano serem observados no uso do jornal na sala de aula e  elencados por Tania Regina de Luca diz respeito a:

“forma como os impressos chegaram às mãos dos leitores, sua aparência física (formato, tipo de papel, qualidade da impressão, capa, presença / ausência de ilustrações), a estruturação e divisão do conteúdo, as relações que manteve (ou não) com o mercado, a publicidade, o público a que visava atingir, os objetivos propostos.” (LUCA, 2008, p. 138).

É notável que os conteúdos que a imprensa periódica seleciona, ordena, estrutura e narra, de uma determinada forma é aquilo que se elegeu como digno de chegar até o público, por isso afirma Tania Regina de Luca (2008, p. 139) que:

 “o historiador, de sua parte, dispõe de ferramentas provenientes da análise do discurso que problematizam a identificação imediata e linear entre a narração do acontecimento e o próprio acontecimento, questão, aliás, que está longe de ser exclusiva do texto da imprensa”.

No trabalho desenvolvido por Katia Abud (2010, p. 27) a mesma reflete que “os jornais são aparentemente, fontes de informação do presente”, no entanto, como narram fatos que no mínimo ocorreram no dia anterior (o que torna suas narrativas do passado) ainda que recente, é vital para o professor que proponha trabalhar com esta linguagem, buscando em primeiro lugar um eixo temático, que segundo Kátia Abud (2010, p. 27) “permita a relação entre diferentes processos [...] nas mudanças históricas”, além disso usar dois tipos de imprensa nas aula de História é no mínimo um meio de aguçar a percepção crítica dos alunos que irão ter diferentes visões sobre o material, interpretando-os, contribuindo para uma leitura mais democrática acerca dos acontecimentos.

Outro ponto levantado por Kátia Abud (2010, p. 29) são os desafios da educação contemporânea, em lidar com a excessiva carga informativa”, pois, todo texto encerra representações sociais, construídas pelo autor por meio da leitura dos fatos, mediando com suas crenças e valores; é importante ressaltar que o texto jornalístico não deve ser aceito como uma verdade do fato ocorrido, mas percebê-lo como um testemunho histórico, como nos alertar Katia Abud (2010, p.30) “sem cair na ideia primária da “busca pela verdade histórica”, alimentando a busca de “visões multifacetadas” sobre a História; de entendê-lo como resultado da visão  de mundo, da interpretação da realidade de quem o produziu.”

Considerações Finais
A produção jornalística é um dos meios de comunição com potenciais democráticos pelo qual as pessoas tomam conhecimento do que se passa em sua sociedade e no restante do mundo, devendo sempre ser observado como fonte histórica, portador de relações de poder e visões de mundo interessadas. Ademais, ao utilizá-lo na pesquisa histórica e no ensino de História o professor deve observar que nem um leitor é neutro, assim como diz Katia Abud (2010, p. 33) “o jornalista [...] traz para a leitura do jornal ou qualquer outro veículo de comunicação suas experiências e visões de mundo, o que o faz interpretar o que lê, reconstruindo conceitos e concepções”, e isso é de fundamental importância para compreensão do material escolhido para ser inserido em meio aos temas proposto por cada escola. Assim, o uso das novas linguagens no ensino de História, além de ser uma alternativa prazerosa é também muito enriquecedora no processo de ensino-aprendizagem, e apesar de algumas dificuldades o professor deve adaptar suas aulas com as novas linguagens de acordo com a realidade do seu cotidiano, observando a formação teórica e metodológica nesta área como de suma importância para a compreensão e inserção nesta proposta de trabalho contemporâneo.

Referências dos autores 
Lucilvana Ferreira Barros: Doutoranda em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará. Professora efetiva do curso de História do Instituto de Estudos do Trópico Úmido, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará- UNIFESSPA- Xinguara.
Marcelo de Oliveira Feitosa: Graduando em História pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará- Unifesspa. Este texto é resultado das reflexões realizadas na disciplina Prática Curricular Continuada IV: Literatura, Oralidade e Mídias, no curso de História da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará- campus de Xinguara.

ABUD, Kátia Maria, SILVA, André Chaves de Melo, ALVES, Ronaldo Cardoso. (Org). Aprender História por meio da literatura. In: Ensino de História. São Paulo: Cengage, 2010, p. 41-58
ABUD, Kátia Maria, Silva, André Chaves de Melo, Alves, Ronaldo Cardoso. (Org.). O uso de jornais em sala de aula. In: Ensino de História. São Paulo: Cengage, 2010, p. 41-58. 
BONALDO, Rodrigo. Um fardo do presente? O jornalista entre a História e a memória. MAGALHÃES, Marcelo; ROCHA, Helenice; RIBEIRO, Jayme Fernandes; CIAMBARELA, Alexssanda (Orgs). Ensino de História: usos do passado, memória e mídia. Rio de Janeiro: FGV, 2014.

CHAMBOULEYRON, Rafael. O Historiador e os Mapas. Perspectivas de pesquisa e de ensino. Henrique, Márcio Couto (Org.). Diálogos entre História e Educação. Belém: Editora Açaí, 2014. p. 35-67.

FERREIRA, Marieta de Moraes, FRANCO, Renato. História e filme. In: Aprendendo História: reflexões e ensino. Rio de Janeiro; FGV e Editora do Brasil, 2009, 127- 131.
FONSECA, Selva G. Cinema. In. Didática e prática de ensino de História: Experiências, reflexões e aprendizados- 13 ed. Campinas, São Paulo, Papirus, 2012. p. 259-285.
LUCA, Tania Regina de. “Fontes impressas: História dos, nos e por meio dos periódicos.” In: “Fontes Históricas”. Org. Carla Bassanegi Pinsky. São Paulo: Contexto. 2005. p.111-153.


7 comentários:

  1. Ótimo texto!parabéns aos autores.
    De fato as mídias são indispensáveis nas aulas de história tanto no ensino fundamental como no ensino médio.
    É nítido a contribuição positiva dessas fortes.Eu gosteria especificamente de saber o que os autores deste texto em relação dos "filmes históricos" há a possibilidade de levar o ensino em sala de aula a uma confusão em relação a história e ficção? E os mapas, ex: ao estudar um filme relacionado ao contexto e época da Grécia Clássica, o filme apresentado aos alunos com o auxílio de orientações com mapas gráficos levaria os alunos ao senso crítico e analisador mais eficiente? Carolina Lima Costa.

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    1. Boa noite Carolina Lima, obrigado pela pergunta.

      Ao se propor levar um filme histórico, para dinamizar ou despertar interesse dos alunos, o professor deve fazer a escolha tentando ao máximo aproximar do tema da aula. A proposta é que o professor antes de exibir o filme faça uma breve introdução, demonstrando aos alunos que nem sempre o que o filme apresenta se aproximar do verdadeiro, por trás de tal produção existi pessoas pensando o público alvo que deseja atingir, na atualidade a utilização dessa linguagem seria no intuito de desconstruir esteriótipos criados pela industrias cinematográfica em relação ao outro ser humano, por isso é importante que o professor selecione filmes que de acordo com sua realidade possa instigar reflexões a respeito das imagens, representações e ilustrações criadas pelos produtores, imagens essas que muita vezes nos são apresentadas distanciada da realidade.

      Sobre os mapas creio que ao inseri-lo nas aulas de história tem grande chances de despertar o senso crítico dos alunos, desde que o professor provoque discussões plausíveis, como elencamos em nosso texto os mapas estão atrelados a instituições e intenções, ao analisar um mapa não deve-se olhar somente a desenho em si, mas observa o contexto ao qual ele está ligado e suas intenções.

      Marcelo de Oliveira Feitosa

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  2. Parabéns aos autores do artigo "DIFERENTES LINGUAGENS NO ENSINO DE HISTÓRIA: OUTRAS POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM HISTÓRICA" que oferecer subsídios que permitam a percepção e a conscientização sobre o impacto das novas linguagens na educação, especialmente em relação à mudança do papel do professor, do aluno e de ambientes de aprendizagem a partir do uso dessas novas linguagens no ensino de história que podem inovar o processo de aprendizagem ao permitir que os estudantes refinem e enriqueçam os modelos mentais do conhecimento histórico utilizando os suportes digitais tão usuais no seu cotidiano. Diante das possibilidades de utilizar novas linguagens no ensino de história como recursos didáticos que promovem o ensino e aprendizagem de forma "inovadora". De acordo com suas perspectivas a partir do artigo, as instituições de ensino estão aptas, no sentido de estrutura e formação docente para a integração dessas novas linguagens em suas práticas pedagógicas? E o uso de novas linguagens tem promovido renovação no ensino de História?

    Eurípedes Quintiliano de Sousa Júnior

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    1. Caro Euripedes Júnior, obrigado pela contribuição e pergunta.

      As escolas brasileira em sua maioria contam com dispositivos tecnológicos (TV, data-show, caixa de som, etc.) que pode ser utilizados pelos professores, claro que conhecemos a realidade de muitas escolas e quantidade de horas que a disciplina de história tem em sua carga horaria semanal, para que tudo ocorra bem é necessário um planejamento antecipada do professor com a direção, para que o uso desses aparelhos sejam usados sem prejuízo a aula elaborada pelo professor.
      Em se tratado de material impresso o professor deve se familiarizar com a biblioteca, em experiências particular pude perceber que há uma grande quantidade livros paradidáticos e impressos que pode colaborar com a dinamização das aulas de história.
      Para os professores que não tiveram oportunidade de ter em sua formação, disciplina que elencasse essas novas linguagens, e estão atuando diariamente na sala de aula, creio que a educação continuada seja uma ótima oportunidade para se familiarizar com essas novas linguagens.

      Em relação a sua segunda pergunta Nos últimos anos, apesar da diversidade de realidades educacionais, percebemos um movimento de renovação no ensino da História. Essa renovação é decorrente das novas possibilidades de temas, problemas, objetos e fontes colocadas pelas novas abordagens historiográficas. As mudanças educacionais ocorridas a partir da década de 1990 com os PCNs. Após o período da abertura política, possibilitaram à área das Ciências Humanas, principalmente ao ensino da História, um redimensionamento no currículo da Educação Básica, junto a esse movimento de renovação de abordagens, modificam-se também as estratégias para o ensino da História.

      Marcelo de Oliveira Feitosa

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  4. Muito bom o texto! Fui estagiária da disciplina História Contemporânea e a professora que ministrou a disciplina realizou uma atividade com o uso de literatura para estudar alguns temas da disciplina. No entanto, os alunos não conseguiram fazer uma discussão relacionando o conteúdo estudado com a literatura, pois os mesmos deram uma atenção maior a narrar o enredo da obra literária. Em sua opinião, quais os cuidados que o professor deve ter para que isso não aconteça?

    Leônilda Fernandes da França

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    1. Bom dia Leônilda França, obrigado pela contribuição e pergunta.

      O professor ao utilizar essa linguagem (literatura) no ensino de história, deve primeiramente fazer um planejamento, se possível apresenta antecipadamente aos alunos o que é uma literatura, ano de produção, autores e se aproximar do real intuito criado pelos autores de tais literatura.
      A literatura deve ser um subsidio atrelado ao tema central da aula, creio que com um planejamento antecipado o professor será capaz de mapear a realidade escolar que ele está inserindo essa linguagem, como elenquei no texto a literatura é uma linguagem prazerosa e desafiadora.
      O professor pode propor discussões sobre o tema central da aula e buscar respostas no próprio livro didático e na obra literária escolhida por ele, assim creio que poderá ter varias respostas e diferentes modos de ver tal fato.

      Marcelo de Oliveira Feitosa

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