Luis Felipe Sanches

DA NARRATIVA (AUTO)BIOGRÁFICA AO LUGAR DE MEMÓRIA: REFLEXÕES ACERCA DO SOLAR LUIZ DE SOUZA LEÃO

A proposta desse texto é a de explanar acerca da dissertação de mestrado que está sendo realizada para o mestrado profissionalizante Prof. História pela Unespar de Campo Mourão-PR. A presente pesquisa busca trabalhar com o espaço museal “Solar Luiz de Souza Leão”. O referido museu se consolidou como um “Lugar de Memória” criado a partir da narrativa (auto)biográfica de Luiz de Souza Leão, personagem influente na vida política/social e econômica da região da Alta Paulista de de Tupã-SP.

A cidade de Tupã possui cerca de 65 mil habitantes e fica localizada no interior de São Paulo, na chamada região da Alta Paulista. Essa região possui o menor IDH do Estado de São Paulo e por isso recorrentemente é tratada como o Corredor da fome ou Corredor dos presídios devido a grande presença de penitenciárias instaladas ao longo da região. Até o início do Século XX a região era dada nos mapas governamentais como “sertão”, ou “terras inóspitas”. Porém, a referida área de mata constava com a presença em abundância de nativos, principalmente da etnia Kaingangs.

Assim sendo, o contato entre indígenas e o homem branco se deu de uma forma nada pacífica pois foi motivada pelo boom do café do início do século XX. Essa iniciativa trouxe também para a região o braço do imigrante europeu e asiático. Ao longo da região de Tupã colônias de Letos fugitivos da Revolução Russa de 1917, japoneses motivados pela propaganda governamental, italianos e espanhóis acabaram por vir se instalar em pequenos povoados que existem até nos dias de hoje. A título de exemplo, ainda existem os bairros de Granada e São Martinho de origem espanholas, o distrito de Varpa, cuja população ainda tem como predominância a descendência leta ou também o município de Bastos cujas raízes e a maioria dos habitantes são de origem japonesa.

Figura 1: Localização da Alta Paulista
Fonte: http://mariapolis-sp.webnode.com.br/news/quais-os-nomes-das-cidades-da-alta-paulista-1/


Figura 2: Localização da cidade de Tupã
Fonte:http://meninainterior.com/wpcontent/uploads/2012/10/tupa_mapa.gif

Na escassa historiografia acerca do tema, a origem do município levanta alguns pontos em questão, nos principais livros relacionados à História de Tupã, relata o pioneirismo da área geográfica de Tupã, foi dada por pequenos bairros como o Bairro Granada ou o Bairro de São Martinho, que, ainda na primeira década do século XX já ocupavam a região, mas todo esse conteúdo encontra-se diluído ao longo das páginas do livro, situando a história da origem de Tupã separada dos indígenas e dos imigrantes que aqui pisaram.

Em outra célebre obra que sempre é pesquisada acerca do surgimento de Tupã está o livro de Luiz de Souza Leão (1968), dito fundador da cidade, onde ele se encarrega da fundação da cidade, colocando o indígena e o imigrante como coadjuvantes na história e buscando sempre a si mesmo, pelo fato de ter planejado e investido dinheiro, o feitio de idealização de um município.

Há ainda uma terceira corrente, essa pouco difundida, divulgada pelo historiador local Paulo José Oliveira Silva, em monografia cedida ao Museu da cidade a pedido da diretora do Museu, na celebração dos 500 anos do Brasil intitulada “Os Construtores da Torre de Babel”, nessa obra, o autor disserta que a criação de Tupã se deu por várias frentes migratórias, porém, reconhece que Tupã só acabou por existir a partir da iniciativa dos donos das empresas Melhoramentos da Alta Paulista de Eurípedes Soares da Rocha, João Ribeiro do Val e Luiz de Souza Leão, que compraram lotes de terra, e partiram da cidade de Marília para fundar a cidade e vender os loteamentos.

Todos os autores concordam ao dizer que a figura de fundador e do surgimento da cidade se deu, então, graças ao empreendedorismo, e ao capital investido para o loteamento da cidade, e para o agronegócio atrelado ao avanço da lavoura de café e das estradas de ferro para o escoamento da produção, assim, aos poucos Luiz de Souza Leão foi, juntamente com montante econômico acumulado, adquirindo um poder simbólico de um mito fundador, que consequentemente, gerou também um poder político em sua figura.

Luiz de Souza Leão é um pernambucano de descendência de nobres portugueses que chegou na região da Alta Paulista nas comemorações do centenário da Independência do Brasil que graças ao seu poder simbólico, político e econômico que tornou sua memória e narrativa como a portadora da verdade.

Tanto que nos idos dos anos de 1960-1970 houve uma apuração entre os vereadores da cidade de Tupã fizeram uma comissão para alterar as comemorações sobre a fundação do município de Tupã, sendo um dos expoentes do debate, o próprio fidalgo pernambucano que, juntamente com repórteres evocavam as memórias do momento que que foi dado o primeiro jantar na cidade. Jantar esse promovido pelo Souza Leão. E cuja memória constantemente foi apodera de uma “verdade histórica” – termos usados por ele e por jornalistas presentes nos trâmites.

A escrita de si, uma construção autobiográfica.É a elaboração de uma narrativa de si juntamente com uma construção simbólica de si. E essa narrativa se demonstra presente na construção da história de Tupã. Observar a obra A Fundação de Tupã observa-se uma mescla dessa escrita de si e da narrativa da fundação a partir de suas memórias.

“Nesta mesma eleição de 1950 ocorreu um fato que não pude perdoar:  Getúlio Vargas que sempre foi o maior inimigo de São Paulo, e de seu povo, foi eleito Presidente da República, tendo vencido as eleições em quase todos os Municípios do Estado, inclusive em Tupan, fato que me chocou profundamente”.

E essa narrativa se demonstra presente na construção da história de Tupã. Observar a obra “A Fundação de Tupã” percebe-se nas palavras do autor uma mescla dessa escrita de si e da narrativa da fundação a partir de suas memórias onde o rancor á Getúlio Vargas o choca.

Há no município e na região ainda uma força ideológica advinda dessa narrativa. Souza Leão buscou perpetuar a sua memória por meio dos patrimônios, tanto que ainda em vida o pernambucano realizou alguns feitos: doando terras a criação do Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre na década de 1960 e também a sua residência para ser transformada em Museu para rememorar a história de Tupã e sua fundação.

Além da transformação de sua residência em museu, Souza Leão deixou em cartório o desejo de ser enterrado em sua própria residência. Para isso contou com o respaldo da prefeitura e do prefeito que deu o alvará para o sepulcro e para a realização do seu desejo.


Figura 3: Luiz de Souza Leão e os vencedores do prêmio literário criado promovido pelo jornal Folha do Povo de Tupã e pela ACIT

O falecimento de Souza Leão ocorrido em 21 de setembro de 1980, e outras lendas rondam as memórias desse personagem, essas histórias fortificam a sua narrativa do “mito fundador”. Essa narrativa autobiográfica aos poucos se tornou em “Lugar de Memória” cuja imagem se perpetuou e é constantemente rememorada nesse espaço museal.

O Solar Leão é um lugar de batalha pela memória e pela história. Em suas paredes e em seu discurso museal emana uma aura ideológica que se enraizou na mentalidade dos habitantes da Alta Paulista.

Essa força que é dissipada, possui grande poder legitimador da narrativa histórica. A narrativa ganha força ainda com os feitios de Souza Leão, que estão distribuídos ao longo de Tupã, da Alta Paulista e do Estado de São Paulo e que muitas vezes possuem seus registros guardados no Solar.

Em se tratando de Tupã a força ideológica é extrema, ela esmaga as ideias adversas às propostas do pernambucano. Essa carga ideológica é irradiada do Solar para o Centro Histórico e para o Centro Comercial da cidade, onde as calçadas funcionam como veias nas pedras portuguesas e formam a silhueta de um leão, irrigando a marca registrada de Luiz de Souza e consequentemente a de sua narrativa. Mas agora, de forma simbólica.

Concretizada em 1933, o Solar Leão foi a morada de Luiz de Souza Leão até a sua morte. O edifício opulento, localizado bem no centro histórico da cidade chama atenção até os dias atuais por seu terreno de 10000m², por seu valor arquitetônico e por toda mística que o rodeia. Um amigo de Souza Leão ao rememorar a morte do companheiro escreveu sobre a sua casa quando visitou a cidade. No texto não é possível identificar quando ocorreu essa visita, mas nota-se que ele ficou espantado com a luxuosidade do abrigo do pernambucano:

“A propósito valho-me da memória para recapitular o que entusiasmado fui encontrar na cidade ainda desprovida de estrada de ferro. Nessa ocasião, indo hospedar-me em péssima estalagem, à moda do sertão, O Luiz sabendo da minha chegada, fez questão de alojar-me principescamente em sua mansão, digna de figurar em qualquer Capital. Que linda casa moderna, dentro de um quarteirão inteiro, rodeado de muro de tijolos, com jardim estilizado, pomar cheio de frutas, do portal elegante e até com quadra de tênis. Lá passei dois dias confortavelmente, aprendendo com o meu anfitrião pernambucano a ser um verdadeiro lavrador, mas usufruindo a ciência ou a arte de viver no campo.”

A pequena reportagem de Alberto Prado Guimarães no jornal Diário Popular do dia 29 de setembro de 1980 permite a percepção da opulência de uma mansão criada em plena cidade interiorana desprovida até de estrada de ferro, e que nos seus primeiros anos de vida sofreu com a falta de energia elétrica.

Figura 4: Solar Luiz de Souza Leão (Autoria própria)

Essas e outras incontáveis reportagens e recortes de jornais encontram-searquivados em uma sala específica do Solar. Não como forma de arquivo para pesquisadores, mas como um totem estático em cristaleiras fechadas, protegidas do contato humano pernicioso a narrativa.

Referências
Luis Felipe Sanches é graduado pela Unesp-Assis e aluno do programa do mestrado profissionalizante em história da Unespar de Campo Mourão. Também atua como professor PEB-II Categoria “A” pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Professor do Colégio Alta Paulista de Tupã-SP.

ARÉVALO, Márcia Conceição da Massena. Lugares de memória ou a prática de preservar o invisível através do concreto, 2004. Disponível em: http://www.anpuh.uepg.br/historia-hoje/vol3n7/marcia.htm

ARTIÈRES, Philippe. Arquivar a própria vida. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2061>.

GUIMARÃES, Alberto Prado. Diário Popular, 29 de setembro de 1980 p.7.

PEDROSO. Diário de Tupan, 27 de julho de 1956 Ano I Num. 6.

VIZELLI. Arlindo. Et al. Tupã: Depoimentos de uma cidade. Tupã. Gráfica & Editora Multi-Gráfica, 2004. P. 373.

5 comentários:

  1. Prezado Luis Felipe.
    Que prazer te encontrar aqui e poder trocar ideias contigo, e verificar que seu empenho no mestrado vai de vento em popa.
    Pois então, acho bastante intrigante esta ideia de arquivar a propria vida, que Artieres propõe. Li este texto há bastante tempo, num contexto diferente, ligado a organização de arquivos. Mas o princípio era o mesmo. Como fugir da finitude da vida, e como me fazer eterno pelo que eu lego e pelo que eu deixo. O mais interessante no caso do Luiz Leão, como outros fazem assim em outras cidades brasileiras, é a capacidade de assimilarem a memória de uma coletividade inteira encarnada na figura de uma pessoa, cuja memória precisa ser constantemente reforçada, e o solar é monumento que todo dia, ao acordar, faz o cidadão de Tupã lembrar de que seu patrono é Luiz Leão e a ele deve devotar sua própria memória e exaltar um sujeito que se sacralizou ocupando um espaço vazio. E por aqui eu pergunto a você: será que havia um vazio de identidade ou de memória coletiva que, a certo momento, deixou espaço aberto para Luiz Leão ocupar? Ou havia um vácuo de poder, para cujo exercício alguém precisa ser reconhecido como guia e mestre, e condutor, e aí o Luiz Leão vira um totem? Porque me intriga o que tenha sido uma história de bastidores desse processo de sacralização do Luiz Leão. Interessante ainda perceber que o livro de Luiz Leão é de 1968 ... uma data absolutamente expressiva: como a ditadura militar pode favorecer esta criação de memória de si como memória de todos feita pelo Luiz Leão? Não houve resistências? Quais resistências existem a esta rememoração de Tupã como rememoração da vida de Luiz Leão? Conhecer Tupã seria conhecer Luiz Leão? Aí desdobra para minha segunda pergunta: o que vc tem pensado como prática educativa para o Solar? Vc tem pensado em quais práticas fazer? Vc tem adotado quais critérios para isso? Não existe uma linha tênue entre desnaturalizar esta construção memorial e ao mesmo tempo, ao invés de desconstruir, uma atividade educativa reforçar? Vc já pensou nisso? Já pensou muito nos limites que a escola pode te impor se vc mexer nesta memória sacralizada de Luiz Leão? Como mobilizar outras rememorações de Tupã que não passem pelo Luiz Leão? Ou isso para vc isso é impossível? Parabéns pelo trabalho e o texto. E boa sorte na continuidade de sua pesquisa. BRUNO FLÁVIO LONTRA FAGUNDES

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    1. Boa tarde meu querido professor e camarada Bruno FLávio Lontra Fagundes. De fato o texto pode soar familiar pois já o apresentei em alguns locais diferentes. Aqui no caso a temática é mais enxuta e convidativa ao tema.

      Muito do que eu tenho escrito aqui foi por causa dos aprendizados que tive em disciplinas ministradas pelo senhor e pelo departamento da UNESPAR- Campo Mourão.

      Souza Leão é de fato uma figura enigmática.

      Para responder essas questões opto por dividi-las:
      1-) E por aqui eu pergunto a você: será que havia um vazio de identidade ou de memória coletiva que, a certo momento, deixou espaço aberto para Luiz Leão ocupar? Ou havia um vácuo de poder, para cujo exercício alguém precisa ser reconhecido como guia e mestre, e condutor, e aí o Luiz Leão vira um totem?

      Essa resposta professor é tão engimática quanto o personagem em si. A cidade surge sim por meio da empresa, porém, aos redores do município haviam colônias de imigrantes, e sempre me ecoou na cabeça a pergunta: - E essas colônias, não há o sentimento de cidade ao redor dos habitantes?
      O que de fato ocorreu, professor, é que o dinheiro falou mais alto nesse caso. Souza Leão comprou todas as parcelas de terra possíveis, assim, aos poucos, foi limpando o nome desses outros personagens da História do Município juntamente com os outros "donatários" ou "pioneiros" do município.

      2-) Sobre o livro.

      Esse livro é extremamente exclusivo. Teve pouca circulação e o que circulou foi para celebridades regionais e nacionais. Inclusive para presidentes, militares e ex-presidentes da República.

      Quanto a resistência. Na época, houve vários políticos contra LSL, alguns presos, outros perseguidos na época. Atualmente as memórias contra Souza Leão são escassas, localizadas principalmente com os indígenas do aldeamento Vanuíre.


      Agora, sobre a segunda parte.

      Como prática para o Solar eu e o Michel estamos pensando em uma abordagem que englobe temas multidisciplinares sobre a educação patrimonial. Para isso iremos trabalhar principalmente com a metodologia do Luiz Resnik - A Caixa da História - cuja função não é a desconstruir toda uma memória de Luiz de Souza Leão (nem tenho "costas quentes" para isso).
      A nossa intenção partirá de criar no aluno a percepção de que ele também tem essa capacidade de construir memórias e pontos de referências históricos assim como Souza Leão fez com a História de Tupã.

      Para isso o aluno irá perceber que, por meio de elementos em seu bairro e sua realidade escolar, é possível criar uma narrativa de si.

      Quanto a essa ideia de desnaturalização, ela é parte essencial do nosso capítulo. Nele estamos trabalhando, entre outras coisas, como a imagem de LSL era publicada por terceiros. Sempre na mesma linha de bem-feitor e tudo mais.

      No caso do Solar, a intenção é de que o projeto não fique preso apenas a ele, mas sim a outros monumentos da região da alta paulista.

      Quanto a memória sacralizada. Isso é muito difícil combater. vou dar o exemplo do outro museu da cidade o "Museu HIstórico Pedagógico Índia Vanuíre" dedicado aos indígenas brasileiras, e cuja primeira exposição é a de..... Luiz de Souza Leão!

      Obrigado e Boa noite professor!

      Luis Felipe Sanches

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  2. Luis, bom dia.

    Lendo seu texto compreendi alguns de seus questionamentos. As perguntas que vou fazer tem o caráter de o ajudar a pensar seu tema. Não precisa responder todas.

    1 - Você está trabalhando com um espaço museal que se relaciona a narrativa de fundação da cidade. Já pensou verificar se as narrativas existentes sobre a cidade e a do espaço museal são conflitantes? Em caso positivo, observou as brechas (continuidades e rupturas entre elas).

    2 - Nesse sentido, você pensa em trabalhar com a autobiogrfia de Luis de Souza Leão como forma de pensar a construção da memória da cidade? Isso principalmente por ele ter deixado a casa e ourros imóveis para construção de lugares de memória da cidade. Mas, uma memória que valorize sua história.

    Recomendo a leitura dos da professora Angela de Castro Gomes e Marcia de Almeida Gonçalves. Ambas têm trabalhado com questões de autobiogrfia; no caso da professora Angela, ela tem alguns capítulos e artigos que pode te ajudar; já a professora Marcia tem escrito ministrado algumas disciplinas sobre o tema.


    3 - Já pensou em observar se na cidade existe (m) outros espaços de memória que sejam concorrentes ao construído por Luis Souza Leão? Como se constituíram e quais memórias e narrativas trazem luz?

    4 - Você faz o Prof-história, pelo que entendi. Outra questão importante seria considerar como as escolas da cidade se apropriam do Solar e de outros espaços museais para apresentar a história, seja ela memória, seja ela patrimônio, da cidade? Nesse sentido, a construção de um guia turístico (ou patrimonial) pode ser um produto interessante para o trabalho final.

    Como modelo de guia patrimonial recomendo que olhe os guias da Áreas de Proteção do Ambiente Cultural (Apac) elaborados pela prefeitura do Rio. Assim como existe um trabalho feito sobre a cidade de Natal no Rio Grande do Norte muito bom (esse você encontra no site do IFRN).

    Espero ter ajudado.

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    1. Boa Noite José Lúcio!

      Obrigado pelas suas contribuições, irei responde-las do mesmo jeito que perguntou. Em tópicos

      1-)Sim! martelo todo dia nisso! As narrativas não são conflitantes, pelo contrário uma corroboram para a existência da outra. Em todos os veículos de comunicação (Oficiais ou não) ao tratarem da História de Tupã não conseguem dissocia-la de Souza Leão o dos episódios que são narrados por ele. Como exemplo, no aniversário da cidade, as rádios transmitem reportagens gravadas com o próprio Souza Leão em que ele narra a fundação de Tupã.

      2-) Exatamente isso! Minha dissertação caminha nesse sentido. A Existência de um Lugar de Memória que emana uma narrativa sobre a História de Tupã. Essa narrativa parte da escrita de si de LSL! Sendo assim, não se consegue separar memória e História nesse caso, já que o protagonista e suas penas recorrentemente se apoderam da história nos jornais com palavras do tipo "verdade história" " onde realmente foi feita a verdade de Tupã" , etc.

      3-) Quase não existem, pois o dito fundador era extremamente rico. Porém ele tinha rivais políticos fortes. isso gerou uma mística na cidade. Souza Leão está enterrado no quintal de sua residência. E após sua morte surgiu boatos de que ele pediu isso para não ficar próximo aos rivais! hehehehe

      Porém, é uma minoria que tem receio de se abrir, nas pequenas bocas até que se houve histórias que levam palavras como "massacre" ou "perseguição", porém, não há espaço para diálogo sobre isso.

      4-) Sim faço profHist! No caso minha intenção de produto é uma cartilha pedagógica sobre o Solar. Ela irá partir da intenção autobiográfica do Souza e dos próprios alunos.

      Minha intenção de pesquisa parte justamente dai. O Solar divide terreno com um Museu de primeiro mundo dedicado a História Indígena (Doado pelo LSL). e infelizmente devido a leis municipais, nada da exposição museal pode ser alterado.

      Também por corte de verbas, o solar caiu em um ostracismo. Sendo apenas visitado quando "sobrava tempo da outra visita". Isso despertou minha curiosidade e minha intenção de pesquisa. Valorizar o patrimônio municipal por meio da educaçao patrimonial.


      Obrigado por todas as indicações. Se desejar meu email é: sanches.luisfelipe@hotmail.com vamos trocar umas figurinhas!

      Se eu n me engano eu comentei um texto seu que eu adorei!


      Abraços. Luis Felipe Sanches

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