Jordana Cativo e Clarice Bianchezzi

A CULTURA MATERIAL AMAZÔNICA NO ENSINO DE HISTÓRIA

Introdução
Os objetos culturais são moldados pelas manifestações materiais e imateriais desenvolvidas pelos indivíduos de uma sociedade. Tais objetos e estruturas apresentam valores históricos, culturais e artísticos, bens que representam as fontes culturais de uma sociedade ou de um grupo. Diante disso surgiu o interesse em discutir sobre a cultura material no ensino de História, onde podemos trabalharmos questões referentes ao patrimônio no ambiente escolar, proporcionando elementos para a construção do conhecimento e da valorização e preservação dos bens culturais locais.

Assim buscamos neste artigo valorizar o patrimônio cultural de Parintins-AM nas aulas de história dando especial destaque a cerâmica Amazônica no passado e presente a partir da cerâmica pré-colonial da Amazônia e da produção das ceramistas da comunidade rural de São Tomé do Mocambo.Sendo que os objetos cerâmicos tiveram um lugar de destaque em muitas culturas e civilizações devido aos diversos usos que tais sociedades faziam dos mesmos na vida social, religiosa e cotidiana.

Os saberes das técnicas básicas de fabricação da cerâmica atravessaram o tempo de forma que nos dias atuais podemos indicar traços destes presentes na produção de cerâmica da comunidade São Tomé do Mocambo, onde as mulheres desta localidade sabem qual o tipo de argila coletar, quais misturas fazer para chegar a um produto resistente, de fácil manuseio e beleza.Diante desta realidade temos a possibilidade de valorizar os aspectos da cultura material presente em nosso cotidiano, oriundas de elementos também da cultura material de antepassados amazônicos, relacionando técnicas, usos, costumes e hábitos do passado e presente.

No entanto para melhor compreensão do tema apresentamos inicialmente os conceitos de cultura material visando estabelecer a relação dos artefatos com a ‘própria’ história local. Após apresentamos uma sugestão de atividade para ensino de História que articula cultura material e a cultura ceramista amazônica do passado e presente.

Cultura material e ensino de história 
A diferença na relação social das gerações com os objetos criados e produzidos pelos seres humanos fez com que houvesse uma reflexão a respeito da cultura material, a partir do século XIX com o surgimento de novas ciências que as variedades materiais produzidas pelos seres humanos se tornaram objetos de estudos e como isso os objetos produzidos passaram a ser valorizados como fontes de estudos.

Diante desse contexto os historiadores perceberam que a cultura material estava relacionada com a finalidade ou sentido que os objetos têm para cada sociedade, ou seja, a importância e influência que estes exercem na definição da identidade cultural de uma sociedade. Ulpiano Meneses explica que:

“Por cultura material poderíamos entender aquele segmento do meio físico que é socialmente apropriado pelo homem. Por apropriação social convém pressupor que o homem intervém, modela, dá forma a elementos do meio físico, segundo propósitos e normas culturais. Essa, portanto, não é aleatória, casual, individual, mas se alinha conforme padrões, entre os quais se incluem os objetivos e projetos. Assim, o conceito pode abranger artefatos, estruturas, modificações de paisagem, como coisas animadas (uma sebe, um animal doméstico), e, também, o próprio corpo, na medida que ele é passível desse tipo de manipulação (deformações, mutilações, sinalações) ou ainda os seus arranjos espaciais (um desfile, militar, uma cerimônia litúrgica). (MENESES, 1983 p.112)”

Nesta percepção a cultura material apresenta relação entre a natureza e o ser humano, sendo assim, os estudos realizados por diferentes áreas apontam que a mesma não se restringe somente aos objetos produzidos pelos seres humanos, mais também pelas formas, técnicas em que estes são produzidos, trazendo consigo a habilidade das pessoas em criar, manipular e usufruir os bens que a natureza oferece.

Diante do exposto destaca-se atenção à cultura material por parte da historiografia que, volta seu olhar para o cotidiano das pessoas buscando a interpretação histórica, e esta busca determina aos historiadores a fazer uma análise não somente dos artefatos mais também do processo de confecção dos mesmos. Ainda como destaca Ulpiano Meneses:

“Para analisar (...) a cultura material, é preciso situa-la como suporte material, físico, imediatamente concreto, da produção e reprodução da vida social. Conforme esse enquadramento, os artefatos – que constituem (...) o principal contingente da cultura material – têm que ser considerados sob duplo aspecto: como produtos e como vetores de relações sociais. De um lado, eles são o resultado de certas formas específicas e historicamente determináveis de organização dos homens em sociedade (e este nível de realidade está em grande parte presente, como informação, na própria materialidade do artefato). De outro lado, eles canalizam e dão condições a que se produzam e efetivem, em certas direções, as relações sociais (MENESES, 1983 p.112-113).”

Entretanto o essencial é tentar entender o que esses artefatos significam para a sociedade que o produziu. Kátia Abud chama atenção que essa dupla dimensão de análise confere ao ensino de História no espaço escolar a possibilidade de abranger diferentes aspectos políticos, socioeconômicos e culturais das sociedades, pois através de suas características físicas e químicas dos artefatos podemos saber como era o processo e técnicas de fabricação, os sinais de uso, a especificidade do saber–fazer envolvido e, também, sobre a divisão de trabalho e assim por diante (ABUD, 2010, p.112).

Kátia Abud (2010) ainda defende que o estudo da cultura material pressupõe não apenas a investigação exaustiva do artefato (produto), os desdobramentos ocorridos até a sua concepção (projeto e processo), mas também a possibilidade de estudar as mudanças e permanências de sua apropriação social na História. Isto pode ser feito através da utilização da cultura material no ensino de História, que traz uma enorme variedade de frentes de estudos onde o professor pode construir junto com os alunos uma interatividade com os objetos inseridos no seu cotidiano para que os mesmos possam perceber que:

“(...) documento histórico é suporte de informação. (...) qualquer objeto pode funcionar como documento (...). Se ao invés de usar uma caneta para escrever, lhe são colocadas questões sobre o que seus atributos informam relativamente à sua matéria-prima e respectivo processamento, a tecnologia e condições sociais de fabricação, forma, função, significado, etc. este objeto utilitário está sendo empregado como documento. (MENESES apud ABUD,2010, p.115)”

Então por meio do estudo da cultura material o professor tem a possibilidade criar situações de interpretações histórica com seus alunos, fazendo com que os mesmos sejam capazes elaborar questionamentos sobre os artefatos que estão ao seu redor, os possibilitando uma interpretação ampla para além da aparência dosobjetos, mas também o caráter histórico, identitário, social, econômico, ambiental relacionado com ele no seu contexto de produção e uso. Assim conforme defende Abud “o estudo da cultura material no ensino de História sai da marginalização, (...) deixa de ser utilizado apenas para ilustrar um momento histórico discutido ou referendar um documento que já foi escrito (...) (ABUD, 2010, p.116)”.

Cultura material: cerâmica arqueológica amazônica
As cerâmicas arqueológicas pré-coloniais ajudam a contar a história da Amazônia trazendo consigo evidências das ocupações existentes na região amilênios de anos, e a diversidade de técnicas utilizadas pelos povos para elaboração e decoração das mesmas.

As mesmas foram, ao longo de anos de estudos, classificadas em tradições que estão relacionadas com culturas e línguas dos povos que habitaram a Amazônia no passado distante (NEVES, 2006):

Tradição Pocó: São sítios registrados na calha do rio Amazonas no período anterior as grandes aldeias mais ou menos por volta de 3.000 anos e as cerâmicas que são encontradas no mesmo tem características decorativas em comum com as que foram encontradas na Colômbia, e a população que as produziram são originadas do norte do continente que ocuparam a Amazônia mais ou menos 2.300 anos (NEVES, 2006).

Tradição Policroma: São caracterizadas pela decoração pintada em vermelho, cor-de-vinho, laranja ou preto sobre uma base branca, são decoradas também com modelado, incisão, excisão, e por conter algumas semelhanças com outras cerâmicas ela recebe denominações diferentes em algumas regiões (NEVES,2006). É a grande tradição ceramista da bacia Amazônica.

Eram usadas para enterramentos secundários em urnas antropomorfas; de artefatos de cerâmicas onde estão incluídas estatuetas, rodelas de fuso, colheres, bancos, tangas e suportes de panelas. Os sítios mais famosos associados a esta tradição são os da fase Marajoara (PRONAPA, 1976).

Tradição inciso e ponteada: São cerâmicas bem sofisticadas que incluem formas complexas e técnicas de produção como a pintura e o modelado, e que podem ser encontradas nos objetos tapajônicos conhecidos como vasos de cariátides e de gargalo e também na região de Parintins com a cerâmica Konduri onde são feitos através do modelamento contendo motivos antropomorfos e zoorfomos como pássaros, morcegos, répteis e mamíferos, sendo que a diferença entre as duas e que as cerâmicas produzidas pelos Konduri são maiores que os tapajônicos, outro ponto importante na diferença entre elas e que nas cerâmicas tapajônicas e comum encontrar estatuetas antropomorfas com aspecto bastante natural onde se percebe os detalhes da pintura corporal, uso de joias e os diferentes penteados. (NEVES, 2006) e os locais em que essas cerâmicas são encontradas de acordo com (GOMES, 2002) são: Tapajós (Itaituba, Aveiro, Santarém – PA).

Tradição Hachurada Zonada: É a mais antiga tradição ceramista da Bacia Amazônica. Contém engobo vermelho e escovado, largas linhas incisas, isoladas ou definindo zonas de fino hachurado (traços paralelos ou cruzados que dão o efeito de sombreado). Inclui cachimbos tubulares. Os locais onde estas cerâmicas ocorrem são: Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Mato Grosso, Oriximiná e Alenquer (PRONAPA, 1976).

Tradição Borda Incisa ou Barrancóide da Amazônia: Estas cerâmicas são caracterizadas por motivos incisos sobre as largas bordas horizontais das vasilhas. Inclui também engobo vermelho e escovado. Dos artefatos de cerâmicas participam raras estatuetas, cachimbos tubulares, batoques auriculares e labiais e cachimbos planos, e os locais onde estas cerâmicas aparecem são: Manaus, Iranduba (sítios Açatuba, Hatahara, Lago Grande, correspondendo em todos esses estratos mais antigos, não necessariamente com terra preta), Tefé, Borba, Silves- AM. (PRONAPA, 1976).

Tradição Tupiguarani: É uma tradição cultural caracterizada, principalmente, por cerâmica policroma (vermelho e /ou preto sobre engobo branco e/ou vermelho), corrugada e escovada, por enterramentos secundários em urnas, machados de pedra polida e pelo uso de tembetás (PRONAPA, 1976).

Cultura material: cerâmica amazônica atual
Uns dos exemplos do saber-fazer deixadas pelos povos que viveram na região Amazônica são as cerâmicas produzidas na atualidade, para tal usamos o exemplo das mulheres da comunidade de São Tomé do Mocambo, que fica, aproximadamente, a 60 km da sede do município de Parintins-AM, via fluvial.

Como mostra a descrição de um vídeo documentário, onde Dona Maria Ozete, junto com a amiga Neiva, ambas moradoras da comunidade citada, explicam o processo que usam para fabricação de vasilhas de cerâmica nos dias de hoje:

O primeiro passo é colocar o barro em um recipiente misturando o mesmo com uma substância chamado caripé, ela ressalta ainda que está substância não pode faltar nessa mistura, pois é ela que dá a consistência precisa no barro que se transformam na argila que vai ser utilizada para o preparo de qualquer tipo de vasilha.Após o preparo dos barros é feito o trabalho manual de modelagem das panelas, e para confeccionar as mesmas elas utilizam alguns materiais tais como: a fita métrica que serve para medir a altura, largura e o comprimento, a faca que serve não somente para cortar mais também para puxar e ir remodelando o barro, o compasso que serve para tirar as medidas para o tamanho exato que querem as vasilhas, o pauzinho que serve para puxar o barro e ir modelando o formato das mesmas.Depois de passado todo esse processo já com a vasilha no formato adequado elas utilizam lixas de polimento para fazer a primeira parte do acabamento. Sendo que o primeiro passo é utilizar a lixa grossa para tirar a parte mais espessa da cerâmica, em seguida elas usam a lixa fina para deixar um acabamento mais liso na peça para ficar mais charmosa.Depois de polir as peças elas usam outro material chamado de curí que vem ser um tipo de argila nas cores amarela e laranja que serve para deixar a peça com aspecto liso, usam também pedras de seixo para dar brilho nas peças, elas relatam que depois ter passado as pedras elas ainda esfregam sacolas plásticas nas vasilhas para ficarem mais brilhantes.
Após as vasilhas estarem prontas levam ao fogo para fazer a queima (cozimento). As mesmas após isso recebem outro material aresina de jutecicaque é aplicada por dentro das vasilhas para dar a firmeza e brilho final nas panelas. O resultado é maravilhoso! Com isso estão prontas para o comércio.Por fim dona Maria faz uma ressalva que antes de preparar a alimentação nas panelas de barro tem que ferver um pouco de água e colocar dentro da mesma para retirar o cheiro que fica da jutecica e destaca que esses vasilhames podem ser levados tanto ao fogo quanto ao forno.

Cultura material: sugestão de atividade 
Como sugestão de atividade apresentamos um roteiro com questões que possibilitam a construção para análise de características da cultura material amazônica a partir de objetos cerâmicos. A mesma pode ser adaptada ao ano/série que se queira aplicar tal atividade, onde os alunos serão convidados a analisar desde objetos de uso do cotidiano na contemporaneidade, até artefatos de diversos tipos.

Primeiramente, o professor deverá separar os objetos (ou imagens caso não tenha acesso aos objetos) a serem trabalhados, em seguida deve fazer uma pequena explicação sobre cultura material afim que os alunos possam compreender que a mesma é um legado deixado por cada sociedade, que os objetos produzidos pelos seres humanos trazem consigo um contexto específico de determinada época, povo e cultura.

Apresentar aos alunos os objetos aqui sugeridos: um pedaço de cerâmica pré-colonial (ou imagem) e um pedaço de cerâmica atual (ou imagem), em seguida deve entregar aos alunos a folha com as questões para análise dos objetos, a fim de proporcionar a construção do conhecimento histórico.

As questões para análise da cerâmica sugeridas seriam: quais as características físicas? Como foi fabricada?Como foi utilizada? Como é decorada? Que sociedade a produziu? Em que tempo a produziu? Qual o valor desta peça (material e sentimental)?

Após os alunos terem respondido as questões sobre os objetos apresentados, o professor deve pedir aos mesmos que escrevam ou falem sobre o que aprenderam a partir da descrição que fizeram, seguindo as perguntas norteadoras. a) Coisas que descobri pelo olhar?b)Coisas que precisam ser pesquisadas?

Ao analisar os pedaços de cerâmicas podemos perceber que as mesmas contêm aspectos semelhantes nas técnicas de fabricação: são feitas de barro (argila), confeccionadas manualmente, possuem valor cultural e histórico, além disso, como foram ressaltadas ao longo deste artigo as técnicas de fabricação utilizadas pelos povos ceramistas estão muito presentes ainda no saber fazer das mulheres da comunidade de São Tomé do Mocambo.

Ressaltamos que existem itens listados na atividade que precisam ser pesquisados, pois no caso da cerâmica arqueológica pré-colonial perguntas como: quem as produzia eram as mulheres ou os homens? Como utilizavam as peças? Isso porque dependendo dos povos, do tempo histórico cada qualtinha seu costume, seus objetos e sua maneira de usá-las no cotidiano, nos rituais, etc. A pesquisa auxilia na construção do conhecimento sobre a diversidade histórica de culturas na Amazônia, além de ser um instrumento de auxílio no ensino de História.

Algumas considerações
Os objetos cerâmicos tiveram um papel importante em diferentes culturas e civilizações, onde tinham usos e funções diversas nas sociedades. Buscar compreender, através de uma análise comparativa, a fabricação destes objetos cerâmicos nas aulas de História nos permite a aproximação destas culturas e entendê-las a partir do ponto de vista do saber-fazer dos povos ceramistas, que desenvolveram técnicas de fabricação e decoração, que fazem com que as cerâmicas tenham distintas apresentações estéticas contextualizadas em tempo e espaços distintos.

O uso da cultura material nas aulas de história cria possibilidades de construção do conhecimento histórico com os alunos, permitindo que andem por caminhos distintos e ousados no campo da história, levando-os a perceber que a compreensão e aprendizagem histórica também são feita através dos artefatos que são construídos e utilizados no cotidiano relacionando passado e presente na sala de aula.

Com a análise de elementos da cultura material o professor pode oportunizar um aprimoramento e desenvolvimento do conhecimento histórico em um determinado contexto por influência das fontes da cultura material: as cerâmicas arqueológicas pré-colonial e cerâmica atuais, oportunizam uma discussão necessária, em Parintins-AM, sobre o que compõem os patrimônios históricos culturais que formam a história, identidade local e regional.

Conclui-se que a introdução no ensino de história de discussões que valorizem a cultura material local abre possibilidades de ensino, debate, comparação de hipóteses sobre os objetos no passado, idéias que podem contribuir para uma formação histórica crítica e questionadora, por meio do desenvolvimento das práticas de observação, pesquisa, registro e interpretação, além de valorizar elementos da cultura material, patrimônio cultural de Parintins-AM pouco evidenciado, muitas vezes relegado ao esquecimento ou desmerecido no processo ensino aprendizagem em história.

Referências
Jordana Andrade Cativo é Graduanda em História do Centro de Estudos Superiores de Parintins da Universidade do Estado do Amazonas (CESP/UEA). E-mail: ajordana30@gmail.com
Clarice Bianchezzi é Doutoranda do Programa de Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Professora Assistente do curso de Licenciatura em História no Centro de Ensinos Superiores de Parintins da Universidade do Estado do Amazonas (CESP/UEA). Vice coordenadora do Grupo de Pesquisas em Educação, Patrimônio, Arqueometria e Ambiente na Amazônia (GEPIA). E-mail: cbianchezzi@yahoo.com.br

ABUD, Kátia Maria; SILVA, André Chaves de Melo; ALVES, Ronaldo Cardoso. Ensino de História. São Paulo: Cegange Learning, 2010.

BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena Pinto; BETANCOURT, Carla James. (org) Cerâmicas Arqueológicas da Amazônia: Rumo a uma nova síntese. Belém: IPHAN: Ministério da Cultura, 2016.

BASTOS, Solange. Na rota dos Arqueólogos da Amazônia: 13 mil anos de selva habitada. Família Bastos Editora, 2015.

BRASIL. Decreto nº3.551, de 4 de agosto de 2000. Institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro, cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial e dá outras providências. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3551.htm

FLORÊNCIO, Sônia Rampim; CLEROT, Pedro; BEZERRA, Juliana; RAMASSOTE, Rodrigo. Educação Patrimonial: histórico, conceitos e processos. Brasília, DF: Iphan/DAF/Cogedip/Ceduc, 2014.

GIL, Carmem Zeli de Vargas; ALMEIDA, Dóris Bittencourt. A docência em História: reflexões e propostas para ações. Erechim: Edelbra, 2013.
http://portal.iphan.gov.br. Acesso em 20/05/2017.

MENEZES, Ulpiano Toledo Bezerra de. O campo do patrimônio cultural: uma revisão de premissas. In: IPHAN. I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural: Sistema Nacional de Patrimônio Cultural: desafios, estratégias e experiências para uma nova gestão, Ouro Preto/MG, 2009. Anais, vol.2, tomo 1. Brasília: IPHAN.

NEVES, Eduardo Góes, 1996. Arqueologia da Amazônia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.2006.

PELEGRINI, Sandra C. A. Patrimônio cultural: consciência e preservação. São Paulo: Brasiliense, 2009.

PINHEIRO, Adson Rodrigo S (org). Cadernos do patrimônio cultural: educação patrimonial. Fortaleza: Secultfor: Iphan, 2015.

Imagens:
CRUZ, Cleusiane Costa. Imagens cedidas arquivo particular. 2017.

CATIVO, Jordana Andrade. Imagens arquivo particular. 2017.

AZEDO, Edilena. Imagens arquivo particular. 2017.

Documentário
Documentário foi produzido por Marciene Simas Soares que reside na comunidade de São Tomé no Mocambo.

8 comentários:

  1. Boa tarde! Acho muito interessante e defendo o ensino da História Regional. O Brasil possui dimensões continentais e isso favorece nossa diversidade historico-social.
    Porem o MEC defende uma HISTÓRIA NACIONAL ofuscando as histórias regionais, talvez por receio de alimentar movimentos separatistas...o que você acha? Qual sua posicao?

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  2. Olá Benedito, o destaque que fazemos para história regional é para ser pensado elementos que possam dialogar com a história nacional, pois neste caso em especial poderíamos incentivar pesquisas sobre a tecnologia na produção da cerâmica usada por outras etnias indígenas em âmbito nacional e fazer comparação com elementos que apresenta-se neste breve texto, por exemplo.
    Sobre a questão separatista não acho que esta seja a questão da história nacional incentivada pelo MEC, apenas uma questão histórica que envolve em "construir uma identidade" para nação brasileira.

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  3. Benedito agradeço por ter lido o texto e ter efetuado uma questão. Quando efetuamos a pesquisa e escrita deste artigo a intenção era pensar como poderíamos incentivar uma valorização de elementos que são locais, ligados a história local, mas que em sala de aula deve sempre dialogar em paralelo com questões semelhantes da história nacional. Não era intenção separa uma da outra, pois a compreendemos como complementares. Assim também discordo da perspectiva de alimentar movimentos separatista que poderia ser o "temor" por parte do MEC ao incentivar valorização de histórias regionais. Compreendo que o eixo da História nacional é para que não haja apenas leituras localizadas e fragmentadas da história sem a compreensão da história na sua completude e complexidade.

    Jordana Cativo - ajordana30@gmail.com

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  4. Olá Jordana.

    Me chamou atenção seu texto, pois, sou professora de História, e já trabalhei a disciplina de Patrimônio Cultural com a turma do 6° ano. E uma das atividades que eu fiz com a turma foi confeccionar vasos de cerâmica com argila para reproduzir a Cultura Material dos povos indígenas, e um das culturas que trabalhei foi a Tupiguarani, e realmente a valorização dessa cultura nos mostra o quão grandioso foi ter esses povos em nosso Brasil, e que ainda vivem dentro dele.

    Bom a minha pergunta é a sobre a aplicação desses conceitos na sala de aula, gostaria de saber como você trabalha com seus alunos a cultura material e imaterial na sua região? Já que a sua região Amazônica é riquíssima em artefatos, você faz algum tipo de visita museus?

    Att, Aline Karine Nunes.

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  5. lá Aline, no texto fazemos uma sugestão de atividade, que seria uma forma que trabalhamos. Como não temos museu na cidade, quando é possível organizamos uma visita em um sítio arqueológico (há muitos próximos da área urbana de nossa cidade) onde podemos ver em locus estes materiais espalhados no solo. Algo muito importante para que os alunos possam compreender que são materialidade de culturas passadas que viveram no local.

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  6. Olá Aline, quando propomos essa atividade no artigo foi exatamente porque não temos um local como museu onde poderíamos levar os alunos para ver as cerâmicas em suas diversas apresentações. por isso sugerimos fotos, já que essas são possíveis conseguir em publicações sobre cerâmica amazônica, contudo também temos a opção de leva-los a algum sítio arqueológico com a vantagem de ver o material no local, mas com a desvantagem de não ter a classificação de tradição e estilo. Contudo isso tem sido importante para valorização de um patrimônio que é de quintal da casa em algumas comunidades e que muitas vezes não é olhado ou estudo como tal.
    Com relação ao patrimônio imaterial temos trabalhado com o saber fazer das ceramistas atuais e o festival folclórico do boi-bumbá, além das músicas que embalam este festival que já foi tombado pelo estado como patrimônio imaterial do estado.

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  7. Boa noite!

    Primeiramente gostaria de parabenizar pela sua publicação, pois acho louvável tais pesquisas voltadas para esta região.

    Nos últimos anos percebi que há um aumento e envolvimento gradativo com relação às temáticas dos programas de pós-graduação e a região amazônica. Gostaria de entender um pouco melhor sobre esse processo, se está basicamente ligado as políticas, de outra forma de desenvolvimento e engajamento de áreas do conhecimento ou alguma outra articulação de pesquisa?

    Grato.

    Rodolpho Luiz Almeida Vieira

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