Joilson Silva e Roseane Feitosa


APOIO PEDAGÓGICO NO ENSINO DE HISTÓRIA: APROXIMAÇÃO DA UNIVERSIDADE COM A COMUNIDADE


Versando tratar de uma das diretrizes referentes a universidade, considerado o tripé de sua estrutura, o ensino/pesquisa/extensão, tendo neste último, alcance através da interação com as comunidades situadas em seu entorno, objetivamos promover uma ação formativa juntamente com a comunidade do bairro Santo Antônio, localizado na cidade de Iguatu na região Centro-Sul do estado do Ceará, onde se localiza a Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - FECLI, uma das unidades do projeto de interiorização da Universidade Estadual do Ceará - UECE.

O Projeto de Extensão, “Ensino de História e Consciência Histórica: apoio pedagógico aos alunos do Santo Antônio em Iguatu-Ce”, foi aprovado pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Estadual do Ceará, para o pleno desenvolvimento no ano de 2018 na linha de Extensão: Metodologias e estratégias de ensino/aprendizagem, que ocorre na Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu. O referido projeto de extensão, funcionará no contra turno dos estudantes e será sediado nas dependências da própria Faculdade, observando o cronograma de atividades do projeto e disponibilidade de salas como a brinquedoteca e materiais didáticos.

O projeto em curso propõe a inserção de estudantes do curso Licenciatura em Pedagogia, em uma atividade gerida com os moradores através do que chamamos de reforço escolar comunitário, visando a interação entre as duas partes, onde consideramos uma demanda historicamente situada das camadas menos favorecidas no ambiente universitário como espaço de atendimento interdisciplinar. A promoção de atividades metodológicas de ensino é fundante para a formação, considerando que esta proposta é apresentada para beneficiar tanto a comunidade, quanto aos discentes acadêmicos do curso de pedagogia, implicando no fato destes serem de um curso de licenciatura onde a prática de ensino é pertinente. A iniciativa inicial prevê o atendimento de estudantes de escolas de ensino fundamental, especificamente os de 4º e 5º anos de escolas municipais da comunidade do entorno da FECLI, selecionados mediantes as primeiras análises quantitativas em suas notas parciais do primeiro bimestre, interesse dos pais e/ou responsáveis pelo projeto e parceria com escolas da região, oportunizando formação de uma turma de cerca de 25 alunos.

Os impactos na população atendida visam a constituição de saberes disciplinares da área de ensino das Ciências Humanas – componente curricular História, expresso nos objetivos alinhados aos PCN da área como História Local e do Cotidiano em prol de uma educação cidadã e de identidade histórica, atribuindo ao aluno conhecer a história através de sua própria interpretação (motivação), trazendo a este um sentido histórico em prol de um sujeito autônomo. Para os alunos bolsistas do projeto de extensão, o impacto gira em torno da construção de uma prática docente alinhada ao ensino de História, onde o mesmo potencializa os fundamentos e métodos apreendidos na universidade com alunos de séries correlatas a sua formação acadêmica promovendo uma educação integral, de qualidade e experiencial.

Fundamentação Teórica
Partimos de questionamentos que nos colocaram em posição de refletirmos sobre nosso papel formal e social do ensino, pois afinal: Que história ensinar na escola de educação básica dentro da conjuntura de um mundo globalizado e multicultural em que estamos inseridos? Quais os significados a história têm atualmente em meio a uma geração marcada pelos valores da tecnologia do século XXI? Pensando nisso, o historiador inglês Eric Hobsbawm, apresenta que “A destruição do passado é um dos fenômenos mais lúgubres do final do nosso século XX. Quase todos os jovens crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem (1995, p.13).

Corroborando com a linha de raciocínio historiográfica do intelectual britânico supracitado, observamos dentro da conjuntura do século XX, que o historiador assume papel importante dentro da sociedade, pois concordamos com a assertiva de que o historiador passa a lembrar a sociedade elementos importantes que constituem toda uma conjuntura e não somente o tempo presente.

O ensino de história ocupa lugar estratégico no currículo do ensino fundamental (GUIMARÃES, 2013, p. 61), pois a interação entre o conhecimento e a prática social se apresentam em um movimento contínuo de (re)construção com suas semelhanças e contradições. Dessa forma, é pertinente afirmar, que consideramos o conhecimento histórico produzido em sala de aula, como relações socialmente vivas, situadas dentro de um determinado tempo, sabendo que nos anos iniciais do ensino fundamental, a problematização do estudo histórico inicia-se sempre pelo local, que se torna objeto de análise constante (BITTENCOURT, 2011, p. 114).

Passamos a relacionar o papel da história alinhada ao oficio do historiador em saber como é produzida, escrita e transmitida para as várias gerações. Guimarães (2013), nos lembra que o fazer histórico tem diferentes formas em como o conhecimento histórico é produzido e chega até nós. Ao mencionar o historiador inglês Edward Palmer Thompson, a autora sintetiza que:

“[...] é por meio dos diversos registros das ações humanas, dos documentos, dos monumentos, dos depoimentos de pessoas, de fotografias, objetos, vestuários e outros, que chega até nós o real vivido por homens e mulheres nos diversos tempos e espaços. Assim, todos os registros de fatos da ação do homem são considerados fontes de estudo da História” (1981 apud GUIMARÃES, 2013, p. 41-42).

Pensando no ensino de história mediado pelo professor na sala de aula, concordamos com o pensamento de Schmidt e Cainelli (2009), que a prática docente deve buscar estar distante da imagem do professor-enciclopédia, detentor do saber, e estar buscando a construção de um professor-consultor, buscando contribuir para a construção do conhecimento de seus alunos em sala de aula. Nessa direção, o professor ajuda o aluno a pensar historicamente. Desse modo, se percebe que é o professor que apresenta aos alunos a diversidade de fontes históricas afim de potencializar sua autonomia e criticidade. Ensinar história, passa a ser um meio de o educando sentir-se parte do processo de construção do fazer histórico na sala de aula, pois a este lugar “[...] não é apenas o espaço onde se transmite informações, mas o espaço onde se estabelece uma relação em que interlocutores constroem significações e sentidos” (SCHMIDT e CAINELLI, 2009, p. 35).

Pensando em como promover uma consciência histórica alinhada ao ensino de história, observamos que o professor e pesquisador Fernando Cerri (2011), em sua obra “Ensino de história e consciência histórica: implicações didáticas de uma discussão contemporânea”, diz que a rejeição de alunos em estudar história pode não ser apenas pela falta de compromisso discente com os estudos ou uma falta de destreza com a matéria, mas um confronto de ideias distintas sobre o tempo, que não fazem relação alguma com o tempo histórico vivido (CERRI, 2011).

O professor e pesquisador Itamar Freitas (2010), entende em Jörn Rüsen (professor e pesquisador alemão), que aprender história é pensar e aprender a pensar historicamente, buscando constituir a consciências histórica, “[...] ou seja, desenvolver as capacidades de rememorar experiências, interpretá-las sob a forma de uma história e utilizá-las para um propósito prático em sua vida” (FREITAS, 2010, p. 175). Podemos dizer que aprender História não é apenas conhecer os fatos ocorridos, suas datas, etc., mas, apropriar-se das experiências históricas, aprender a diferenciar as mesmas no tempo e espaço, conhecendo e ampliando esse conhecimento interpretativo e finalmente fazer relações com as experiências vividas no tempo presente, potencializando momentos de reflexão, orientação e posicionando-se em seu cotidiano.

Ainda segundo Freitas (2010, p. 176), Rüsen não investigou a aprendizagem histórica em crianças, mas elaborou uma hipótese que tem orientado algumas pesquisas. É possível que haja um expressivo encadeamento entre a idade dos alunos, as formas narrativas (conteúdos/modos de aprender/modos de interpretar) e o nível de educação alcançado. Desse modo, é provável que se possa identificar uma espécie de progressão das narrativas que o mesmo identifica entre os tipos tradicional, exemplar, crítico e genética, sendo esta última o tipo ideal para a vida contemporânea, pois está relacionada a formação de uma consciência histórica alinhada aos ideais democráticos e de humanização.

Conclusão
Acreditamos que o reforço escolar comunitário, pode promover assertivasna formação cidadã de estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental nos anos 4º e 5º, afim de potencializar uma identidade e cidadania através da aprendizagem escolar da história colaborando com a vida educacional dos alunos do bairro e ajudando na aproximação da universidade com a população.  Essa proximidade da academia com a comunidade onde a Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu está inserida, pode potencializar relação dialógica e didática de ensino, tanto para os alunos do curso de pedagogia (bolsistas participantes do projeto), que poderão instrumentalizar os fundamentos metodológicos apreendidos na universidade, quanto para as crianças do 4º e 5º anos do ensino fundamental que terão oportunidade de vivenciar práticas docentes promovidas pelos estudantes de licenciatura em pedagogia dentro do espaço universitário como, por exemplo nos laboratórios de informática, brinquedoteca e materiais didáticos, que a universidade dispõe para o aprofundamento docente dos alunos.

Nesse sentido assim como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), para os anos iniciais do ensino fundamental em História, o processo de ensino e aprendizagem estão voltados inicialmente para atividades em que os alunos possam compreender semelhanças, diferenças, permanências e transformações no modo de vida social, cultural e econômico, inicialmente de sua localidade no decorrer do tempo, utilizando diversas fontes históricas para este fim.

Referências
Joilson de Sousa é Mestre em Educação pela UECE; Professor Substituto da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI/UECE, orientador e coordenadordo projeto de extensão: Ensino de História e Consciência Histórica: apoio pedagógico aos alunos do Santo Antônio em Iguatu-Ce.
Roseane Fernandes Feitosa é aluna do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI/UECE. Bolsista e membra do projeto de extensão: Ensino de História e Consciência Histórica: apoio pedagógico aos alunos do Santo Antônio em Iguatu-Ce.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: história. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CERRI, Luis Fernando. Ensino de história e consciência histórica. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.

FREITAS, Itamar. Fundamentos Teóricos-metodológicos para o Ensino de História (Anos iniciais). São Cristóvão: Editora UFS, 2010.

GUIMARÃES, Selva. Didática e Prática de Ensino de História. 13 ed. São Paulo: Papirus, 2013.

HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos: O breve século XX (1914-1991), 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Ed. Scipione, 2009.

THOMPSON, Edward Palmer. A miséria da teoria. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

33 comentários:

  1. Bom Dia! Como os meios eletrônicos, tais como os aparelhos celulares podem auxiliar no processo de ensino de História para alunos do 4° ano do Ensino Fundamental?

    MARA LÍGIA DA SILVA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O aparelho pode se tornar um rico instrumento de aprendizagem. A grande maioria dos aparelhos celulares possuem inúmeros recursos que podem ser utilizados como as câmeras, gravadores, mapas e principalmente o acesso a internet disponível para qualquer tipo de pesquisa.
      Para os alunos de 4° ano se utiliza os meios eletrônicos para auxiliar os mesmo a identificarem características do seu dia a dia e do meio em que estão inseridos, por exemplo: pode ser solicitado aos alunos para registrarem uma momento por meio de uma foto com sua família, do caminho que ele percorre de casa para escola, entre outros, para que assim a partir dessa foto registrada do seu cotidiano possa ser levantada discussões sobre o meio que o cerca, sobre os fatores de escolha que o levaram a registra aquele momento e não outro e sobre a importância que aquela fotografia trás para ele.

      ROSEANE FERNANDES FEITOSA

      Excluir
    2. Olá Mara Lígia,
      Peço licença a Rose para corroborar e acrescentar alguns pontos.
      É preciso considerar que o professor deve estar ciente ou tecnologicamente podemos dizer "plugado", as novas tecnologias. Trabalhar conceitos básicos como prescrevem os Parâmetros Curriculares Nacionais, para o ensino de história como a História do Cotidiano, é fazer ter sentido para o aluno o lugar em que está inserido.

      Recursos Tecnológicos (fotografias, multimídia, vídeo, sons e filmes), devem ser utilizados com prudência, sobretudo como apoio para a transmissão do conhecimento.

      Particularmente adoro trabalhar com imagens, e esta é uma das perspectivas metodológicas que pretendemos desenvolver.

      Att,

      Joilson Silva de Sousa

      Excluir
    3. Obrigada Roseane Fernandes e Joilson Silva, ambos trouxeram resposta satisfatórias para a pergunta feita anteriormente. Parabéns pelo trabalho desempenhado. Boa sorte, sucesso!

      Excluir
  2. Bom dia! Quanto aos materiais de apoio no processo de reforço em ensino de história, quais vocês pretendem utilizar (livros didáticos, outros escritos, outros materiais)?

    AFRÂNIO VIEIRA FERREIRA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Afrânio, saudações!
      Em primeiro momento, pretendemos identificar os avanços e/ou retrocessos presentes na realidade. Contudo, já alinhamos com o grupos de alunos envolvidos que o reforço escolar não se aplique apenas em auxiliar na resolução das tarefas, mas trazer contribuições para o desenvolvimento da cidadania.

      Os livros didáticos serão parte integrante para acompanharmos o que os alunos estão estudando no momento. Entretanto, já alinhamos com outros espaços que acreditamos contribuir, exemplo disso a sala da Brinquedoteca da universidade com materiais múltiplos. Penso que o uso dos brinquedos educativos, recorte de jornais, e fotografias são opções que obviamente estarão presente.

      Mas diante da situação real, penso que as bolsistas envolvidas irão construir materiais próprios para auxiliar no aprendizado.

      Att,
      Joilson Silva de Sousa.

      Excluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Boa tarde! Qual realidade vocês esperam encontrar, tendo em vista que a população entorno do bairro Santo Antônio está entre as mais carentes da cidade?

    LAÍS MARIA PEREIRA COSTA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Lais!
      Estamos direcionando o projeto para essa areá justamente para que possamos contribuir com a identidade, cidadania e pensamento crítico desses educandos.
      Os mesmos encontram-se em uma situação de vulnerabilidade social e muitos provêm de famílias de pais e mães desempregados, alguns já passaram por envolvimentos de atos de delinquência, por isso buscamos a educação como meio de cidadania, propiciando atividades de lazer assim como atividades direcionadas para o acesso a bens culturais bem como formação de valores contrários a violência.

      Att
      ROSEANE FERNANDES FEITOSA

      Excluir
  5. Proposta brilhante, parabéns professor pela iniciativa! Mas, qual seriam as metodologias adotadas para o projeto? Acredito que peças teatrais seriam víaveis trazendo uma melhor compreensão para as crianças, devido a capacidade de abstração do conteúdo e a sua representação de forma simples e lúdica,contribuindo com o resgate do " pensar historicamente".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Marcela!
      Em primeiro momento, pretendemos identificar os avanços e/ou retrocessos presentes na realidade. Contudo, já alinhamos que o reforço escolar não se aplique apenas em auxiliar na resolução das tarefas, mas trazer contribuições para o desenvolvimento da cidadania dos alunos envolvidos com o projeto.
      Trabalharemos com uso de pequenos texto retirados de jornais locais para que os alunos possam identificar momentos históricos que aconteceram em sua localidade, assim como fotografias e imagens de espaços da cidade para que possam reconhecer a identidade local de maneira que permita aos alunos acederem mais facilmente a relação existente entre o passado e sua realidade. Entretanto, já alinhamos com outros espaços que acreditamos contribuir, exemplo disso a sala da Brinquedoteca da universidade com materiais múltiplos e didáticos. Assim como a utilização do livro didático que contribuirá para o desenvolvimento das atividades direcionadas.

      Att
      ROSEANE FERNANDES FEITOSA

      Excluir
    2. Será sem dúvida uma experiência fantástica para as crianças e os pedagogos! Obrigado.
      Att
      MARCELA KETLYN NOGUEIRA SILVA

      Excluir
  6. Boa Noite, saudações!

    Como os professores que ministram a disciplina de História podem associar os conteúdos do livro didático de história(os quais precisam ser ministrados durante o ano letivo) com a história local que aquela escola está inserida? E como vocês através do projeto de extensão poderão ministrar o ensino da história local para as crianças que serão alvo do projeto?

    Att,
    MARA LÍGIA DA SILVA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Mara Lígia,
      Essa é uma tarefa desafiadora, uma vez que os livros didáticos não contemplam histórias regionais, a não ser é claro se for o caso de obras complementares (mas isso é outra discussão). Penso que os professores podem realizar um trabalho que contempla o campo da Didática da História - no sentido da utilização das Fontes históricas em sala de aula com os alunos. Mas quais fontes professor? Te digo possibilidades, pois o cotidiano é quem delineará nossas ações práticas. Entretanto temos: O uso de cartas - leitura e análise, data, quem escreveu, qual contexto etc. Fotografias - como o resultado de algo que foi registrado. Destes dois, podemos perceber que são fontes que os alunos podem encontrar dentro de suas próprias residências e compartilhar com todo um grupo.

      No projeto, pensamos em trabalhar com tais perspectivas já mencionadas. Entretanto, acreditamos que com um pouco mais de calma. Digo calma no sentido de que é sabido, que por vezes estes conteúdos ligados a história local e do cotidiano, é passado de modo acelerado, ou por vezes nem visto. Nesse sentido queremos trabalhar o sentido de pertencimento do local em que estão inseridos. Logo, características como cidadania e identidade serão tratados de modo transversal nos conteúdos ministrados.

      Att,

      Excluir
  7. Boa noite! Parabenizo-lhes pela iniciativa do projeto de extensão.
    O reforço escolar comunitário, atenderá crianças de uma comunidade em um bairro considerado carente na cidade. Quais ferramentas e metodologias serão utilizadas para despertar o interesse dos alunos para à aprendizagem, considerando todo o contexto em que os mesmos estão inseridos?

    Att,

    Karoline Bezerra Rosa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Karoline Rosa, saudações.
      Irei responder sua pergunta abordando métodos ainda não contemplados nas respostas apresentadas a outros participantes para não parecer repetitivo ok?

      Uma das propostas de atividade que pretendemos realizar, baseia-se na estrutura descrita pela autoras Ana Urban e Teresa Luporini em sua obra: "Aprender e ensinar História nos anos iniciais do Ensino Fundamental", onde destaco os "artefatos". Que artefatos? Baseia-se na perspectiva de que cada aluno leva para a sala de aula (ou outros espaço), objetos que considerem interessante e importante. Desse modo, todos expõem seus "artefatos" como se estivesse em um grande museu - explicando aspectos básicos de cada um destes - idade, forma de utilização... Posteriormente o professor organiza a exposição, corrige as informações e preparamos a sala para as visitas ao "museu".

      Pensamos, que atividades assim, podem oferecer ao aluno uma oportunidade de acenderem ao passado devido ao contato direto com os objetos - pois estão manipulando e observando eles mesmos.

      Espero que tenha contribuído,

      Att,

      Joilson Silva de Sousa.

      Excluir
    2. Mais uma informação, os objetos são diversos quando se faz atividades como essa: telefones antigos, maquinas de datilografia, monóculos (que são fotos no binóculo - década de 1980), que os pais tem guardados ainda. Tv´s antigas, etc...

      Att,

      Joilson Silva de Sousa.

      Excluir
    3. Agradeço a resposta satisfatória, com certeza o projeto será enriquecedor para ambos.

      Att,

      Karoline Bezerra Rosa

      Excluir
  8. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  9. O ensino de história engloba assuntos diversos quanto as relações sociais humanas e vai de encontro, muitas vezes, a opiniões já arraigadas nas próprias crianças da faixa etária em que se encontra o público que receberá o reforço. Conteúdos voltados a África, escravidão são comuns, no entanto estão muitas vezes ligados a opiniões preconceituosas até mesmo por parte das crianças. Qual a proposta do referido projeto para se trabalhar os assuntos citados de modo a não contribuir com esses preconceitos e até mesmo tentar modificar um eventual conhecimento prévio das crianças que reforcem tais práticas?

    Atenciosamente,

    Afrânio Vieira Ferreira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Afrânio!
      O Trabalho desenvolvido a respeito desse tema será parte fundamental nas atividades com as crianças.
      Assim como temos conhecimento no ano de 2003 ocorreu a implementação da Lei n. 10.639/2003, das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnicos-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no ano de 2004. Com o estabelecimento dessa lei tivemos avanços significativos para a construção de um multiculturalismo crítico dentro e fora dos muros das escolas brasileiras, por outro lado não podemos esquecer que muito ainda precisa ser feito para que essa realidade arraigada de preconceitos seja mudada.
      Podemos identificar que a negação do racismo nas práticas educativas do nosso sistema educacional a própria exclusão processada na educação e em suas políticas curriculares e o discurso do tratamento igualitário e a universalidade da educação não passam simplesmente de palavras escritas e por muitas vezes deixadas de lado pelos profissionais da educação.
      O que buscamos no projeto é gerar possibilidades de mudanças nessas crianças para que possam ver e reconhecer atos discriminatórios existentes em nossa sociedade, e apresentar a elas as diferentes foras de culturas existentes em nosso país e principalmente na cidade na qual estão inseridas no bairro em que se encontram, para que assim possam ver o quanto se torna importante respeitar as diferenças existentes entre todos.

      Att
      ROSEANE FERNANDES FEITOSA.

      Excluir
  10. Boa noite! No texto está notório a crítica a educação tradicional, onde o professor é o detentor de todo o conhecimento. Nessa perspectiva, como vocês acham que uma educação mais participativa por parte dos estudantes auxilia no ensino da história?
    Alex Américo de Albuquerque

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Alex,
      Bem, nos pensamos que o ato reflexivo pode proporcionar a conscientização do que está a nossa volta. É essa a direção que pretendemos tomar. Veja bem, o trabalho não é fácil, pois numa perspectiva Histórico-crítica segundo Demerval Saviani, o professor busca uma relação com o aluno de proximidade, não ao ponto de perder sua referência ou identidade docente, mas para apresentar ao aluno que aprender história faz todo o sentido em sua dimensão social, faz parte de sua constituição enquanto ser social. É nessa direção que buscamos aprimorar os trabalhos.

      Att,

      Joilson Silva de Sousa.

      Excluir
  11. Como o texto bem explicitou, a globalização interfere diretamente na compreensão ou no entendimento sobre a historicidade. Partindo desse ponto de vista, como o historiador pode agir diante dessas interferências de modo a favorecer o processo de ensino-aprendizagem?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Alex, que bom tê-lo aqui neste espaço.
      Bem, é sabido que os condicionantes sociais, são parte integrante das relações. Temos que perceber que na história, procuramos nesse momento trabalhar com a aprendizagem histórica, categoria que proporciona problematizar e fazer o aluno refletir que este é parte integrante dessa mudança. Penso em atividades como a descrita para a Leitor@ Karol Rosa, podem proporcionar na relação docente-discente essa interação com o passado e o presente que vive em constante mudança.

      Att,

      Excluir
  12. Gostaria de compreender como a proposta do projeto se articula com a formação do Pedagogo, curso de Pedagogia, já que o mesmo atinge turma de 5. ano do ensino fundamental, série que ainda é de responsabilidade desse profissional.
    Ane Carine Meurer

    ResponderExcluir
  13. Olá Ana Carina!
    A formação do pedagogo é concentrada aos anos iniciais de ensino assim como temos conhecimento, mas também existem cadeiras direcionadas aos diversos ensinos na graduação, como: História, Geografia, Português, Matemática e Ciências.
    A didática adquirida em sala de aula nos oferece plena capacidade para ministrar ambas as disciplinas, não desconsiderando o profissionalismos de um historiador ou geografo entre outros graduados na área.
    O referente projeto tem como orientador um professor especialista no Ensino de História. O mesmo identificou a necessidade que os pedagogos tem em relação aos outros ensino, por isso foi estabelecido essa linha de pesquisa e desenvolvimento do projeto, para que possa contribuir e qualificar mais ainda os pedagogos envolvidos direta e indiretamente com o projeto.

    Att
    ROSEANE FERNANDES FEITOSA.

    ResponderExcluir
  14. Gostaria de parabenizar pelo tema...Mas devido a experiência de ter tido uma professora de história que utilizava o método do decoreba. Quais os melhores métodos que o professor deveria utilizar com os alunos para poder entender a história gravando anos e nomes?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Vanessa, boa noite!
      O Ensino de História nos últimos anos por conta dos métodos tradicionalistas utilizados em sala de aula tornou-se para os alunos de todas as classes e faixas etárias como se fosse uma disciplina "decorativa" e "cansativa", a qual na verdade não poderia ser vista dessa maneira.
      De acordo com os PCNs que norteiam o Ensino de História na educação básica, os métodos que devem ser utilizados para melhor ajudar os alunos são aqueles direcionados ao cotidiano de cada criança ao local onde elas habitam ao espaço que elas ocupam.
      Como podemos ensinar História aos nossos alunos sem antes ensina-los sua própria história? Como podemos tornar o Ensino de História não decorativo sem antes incentivar o pensamento crítico de nossos alunos?
      Não temos "métodos" elaborados e esquematizados(prontos) para ensinar datas e nomes aos nossos alunos, precisamos conhecer sua realidade e suas particularidades para que a partir desse ponto possamos elaborar maneiras significativas de ensinar História para esses alunos, fazendo com eles encontrem um sentido em estudar História por meio das suas próprias descobertas.

      ATT
      ROSEANE FERNANDES FEITOSA.

      Excluir
  15. Gostaria de parabenizar pelo tema...Mas devido a experiência de ter tido uma professora de história que utilizava o método do decoreba. Quais os melhores métodos que o professor deveria utilizar com os alunos para poder entender a história gravando anos e nomes?
    Att. Vanessa Marcela de Sousa Rodrigues

    ResponderExcluir
  16. Olá Vanessa, boa noite!
    O Ensino de História nos últimos anos por conta dos métodos tradicionalistas utilizados em sala de aula tornou-se para os alunos de todas as classes e faixas etárias como se fosse uma disciplina "decorativa" e "cansativa", a qual na verdade não poderia ser vista dessa maneira.
    De acordo com os PCNs que norteiam o Ensino de História na educação básica, os métodos que devem ser utilizados para melhor ajudar os alunos são aqueles direcionados ao cotidiano de cada criança ao local onde elas habitam ao espaço que elas ocupam.
    Como podemos ensinar História aos nossos alunos sem antes ensina-los sua própria história? Como podemos tornar o Ensino de História não decorativo sem antes incentivar o pensamento crítico de nossos alunos?
    Não temos "métodos" elaborados e esquematizados(prontos) para ensinar datas e nomes aos nossos alunos, precisamos conhecer sua realidade e suas particularidades para que a partir desse ponto possamos elaborar maneiras significativas de ensinar História para esses alunos, fazendo com eles encontrem um sentido em estudar História por meio das suas próprias descobertas.

    ATT
    ROSEANE FERNANDES FEITOSA.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.