John Jorge de Sousa Gois

A HISTÓRIA DA FAMÍLIA COMO METODOLOGIA PARA APROXIMAR O ALUNO
E A DISCIPLINA DE HISTÓRIA

Introdução
Uma das questões mais importantes que se impõe ao professor de História na atualidade é aproximar o conteúdo à vida do aluno, vencendo a idéia que a disciplina é apenas um pacote de verdades absolutas que sempre estão temporal e geograficamente distantes, que pouco se relaciona a vida das pessoas comuns, tratando unicamente dos “grandes homens e fatos”, visão ainda remanescente do próprio surgimento da História como disciplina no Brasil em meados do século XIX, na qual a História “apresentada como uma verdade indiscutível e estruturada como um processo contínuo e linear que determinava a vida social no presente.” (BRASIL, 1998, p. 20).

Buscando a aproximação entre o aluno e a História
Para haver maior aproximação do aluno com o conhecimento histórico, Marlene Cainelli afirma que é necessário “ensinar aos alunos a sua história e seu papel enquanto sujeitos históricos, (...) [utilizando métodos que se dedicam] a estudar a vida da criança e seu entorno.” (CAINELLI , 2010, p. 19).

Um desses métodos que os docentes podem lançar mão a fim de alcançar esse objetivo é propor aos alunos uma pesquisa sobre a sua própria história pessoal e familiar, incentivando-os, até mesmo, a preparar uma espécie de livro que a conte. Tal conhecimento é bastante pertinente já que a família é o primeiro grupo ao qual o indivíduo pertence e a partir desse conhecimento pode-se fazer relações com outros fatos históricos com o qual essa família se conecta em sua sociedade e tempo.

Sugestões para Projeto
Se as ideias a seguir forem organizadas em forma de projeto, o primeiro contato dos alunos com o mesmo deve se dar de uma forma leve e que lhes venha a despertar o interesse pelo tema. Uma proposta é iniciar com uma roda de conversa.

O professor pode organizar os discentes em círculo e convidá-los a espontaneamente falarem sobre acontecimentos de sua vida, chamando-lhes atenção para o fato de que todas as pessoas têm história, podendo solicitar que contem, por exemplo, algum acontecimento engraçado que já vivenciaram; esse tipo de experiência cria uma atmosfera mais descontraída e ajuda o aluno a entender que mesmo acontecimentos simples e aparentemente triviais integram a sua história e que conhecê-la pode ser algo realmente interessante, assim como conhecer a história de outras pessoas. Os alunos talvez se sintam retraídos em iniciar o bate-papo, ao perceber isso, o professor pode começar relatando algo de sua própria vida e em seguida abrir espaço aos que desejarem contar suas experiências. Os jovens gostam de ouvir e compartilhar histórias, “causos” vividos há muito tempo ou recentemente, logo toda turma estará envolvida. Não obstante, o docente deve ter o cuidado para não perder o foco do objetivo desse momento inicial.

Saindo um pouco das histórias que o aluno tem guardadas na memória de experiências por ele vivida, parte-se para as experiências relatadas a ele por outras pessoas, por exemplo, o que a família conta sobre como ele era quando bebê – se chorava muito, os primeiros passos, os programas e brincadeiras que gostava, até mesmo como foi o parto, ou ainda se sabem a respeito de algum acontecimento importante que tenha ocorrido na região em que mora ou no mundo no mesmo ano em que nasceu. Os alunos podem ser solicitados também a relatar fatos da vida dos pais ou alguém mais velho de seu convívio. Possivelmente nessa etapa os alunos não saberão muito o que dizer, o que não é um problema, muito pelo contrário, esse “não saber o que dizer” ajudará a trazer-lhes a consciência desse desconhecimento e despertar-lhes a curiosidade pela história da sua família.

Após a socialização de alguns relatos, é o momento para discutir sobre como a História é construída, que não é algo que simplesmente foi inventado ou que “magicamente” foi aparecendo e sendo transmitido, por isso é importante diferenciar a história fictícia da científica, explicando o papel das fontes documentais nas mãos do historiador.

Após a introdução do aluno ao tema, o passo seguinte é fazer, em sala, o primeiro registro do que o aluno sabe nesse momento acerca de sua história. É interessante fazê-lo em formato de ficha com uma série de perguntas, o objetivo é além de identificar em que ponto o aluno está em relação a esse conhecimento – o que pode ser útil ao definir como se abordará as próximas etapas da pesquisa – a ficha também ajudará os envolvidos a verificarem ao final do projeto, o quanto este os ajudou a avançarem, sendo que uma ficha semelhante poderá ser repassada em um último momento e ambas poderão ser comparadas. É importante que o professor guarde essa ficha até o fim do Projeto para que não se perca.

Dentre as propostas de perguntas, podem-se incluir questões como o seu nome completo, data e local de nascimento, o significado de seu nome, a origem de seu sobrenome e se seus antepassados são originários de outra cidade/estado ou país, outras questões podem ser semelhantes às propostas no momento anterior, como o que os familiares já contaram sobre como era quando bebê, do que gostava de brincar quando menor e questões sobre a vida dos seus pais ou outros antepassados, se a família tem o hábito de guardar fotos e outros documentos, e ainda pode ser incluída a tarefa de preencher uma breve árvore genealógica. Os alunos devem ficar livres para responderem as questões e para sinalizarem as que desconhecem a resposta, lembrando que o objetivo principal é identificar onde estão agora no conhecimento de sua história, além de despertar a curiosidade para as questões que não sabem responder. Junto às perguntas, pode se requerer que o aluno preencha sua árvore genealógica até a quarta avaliação.

Na ficha é interessante pedir para o aluno escrever com quais familiares ele reside, isso ajudará o professor a identificar o perfil familiar do aluno – se mora com ambos os pais, com um deles, ou com outros parentes – o que pode ser determinante em algumas etapas do projeto. É importante identificar os alunos que tem acesso a internet, o que ajudará na etapa em que as informações colhidas serão digitadas e armazenadas em uma conta on-line.

Outro ponto importante nesses momentos iniciais é informar sobre o projeto aos responsáveis dos alunos, um simples bilhete pode resolver. A participação desses responsáveis será importante para as etapas que se seguem e se eles não tiverem sido esclarecidos dos propósitos do projeto, podem ver com estranhamento o interesse do aluno (e da escola) em obter certas informações familiares. A coordenação da escola deve ser informada também, para não ser pega de surpresa no caso de, em alguma eventualidade, um pai vier a pedir informações sobre o que o professor tem solicitado em suas aulas.

Como primeira tarefa para casa, o aluno iniciará o livro que conta a sua história e da sua família, organizado em um caderno ou em uma pasta, tipo as catálogo, contendo textos escritos por ele mesmo, fotos e outros documentos, ou ainda pode fazer o seu registro digital na plataforma on-line do site www.familysearch.org, conforme já mencionado. Neste momento ele escreverá sobre si mesmo de uma forma mais ponderada em relação a ficha inicial, agora tendo a possibilidade de ser ajudado por alguém da família, podendo incluir informações já solicitadas na ficha diagnóstica ou discutidas na roda de conversa; aos poucos também irá acrescentar informações sobre outros familiares. O professor pode lançar algumas perguntas padrão a todos os alunos, como os dados pessoais, e outras podem ser livres como o nome das escolas que já estudou, passatempos e interesses, entre outros.

A segunda tarefa é uma pesquisa que ajudará o aluno a extrair informações de um documento oficial, devendo analisar sua Certidão de nascimento e transcrever o que ela apresenta a seu respeito e sobre a sua família. O aluno deve ser incentivado a identificar e reunir outros registros em uma caixa ou pasta, caso a família não tenha esse hábito, que poderão ser acrescentados ao seu “livro”, tais como boletins escolares, diplomas e certificados, fotografias, cartas etc. o professor deve acompanhar isso nas aulas seguintes.

Outra proposta é incentivá-los a escolherem uma fotografia antiga de família que possa ser analisada em classe, identificando elementos presentes na imagem que ajudam a entender aquele contexto em que a foto foi produzida, questionando a imagem – quais as pessoas presentes? o que estão fazendo? como estão vestidas (moda)? O que estava acontecendo na ocasião? o que está presente naquele espaço? em que esse espaço se difere e se assemelha a sua aparência hoje? Menezes realiza trabalho semelhante em relação ao espaço no passado e no presente na ilha do Mosqueiro/PA e chama atenção para se identificar também quem produziu a imagem e com qual intenção (MENEZES NETO, Geraldo, 2015, p. 93-94). Em relação a fotografia de família, outra idéia é sugerir a brincadeira em que as pessoas da foto recriam fotos antigas anos mais tarde, tentando reproduzir as mesmas poses, roupas e espaço, trazendo um elemento muitas vezes cômico, ao se observar a passagem de tempo sobre os sujeitos e lugares.

Refletir sobre a história contada pelos objetos é igualmente importante, os alunos podem apontar o uniforme escolar que conta em qual escola se estuda, brinquedos e outros objetos de casa que indicam parte de seus gostos e passatempos, então mesmo que um indivíduo não possua documentos escritos a seu respeito, esses objetos, se encontrados por gerações futuras, possibilitarão um conhecimento sobre o passado, tanto daquela pessoa individualmente a qual o objeto pertence, como da sociedade em que está inserida, assim como desenhos em cavernas e objetos enterrados como vasos e pontas de lança são peças de um quebra-cabeça que revelam parte da história dos povos antigos estudados pela arqueologia. (BLOCH, 2001, p. 72).

A criação da árvore genealógica pode ser uma tarefa interessante, podendo ser feita em etapas e aos pouco ir acrescentando filhos, irmãos e outros ramos da família.

História Oral – Aprofundando na história familiar
Nesta fase, o aluno irá se aprofundar mais na história da família. Ele deverá escolher uma ou mais pessoas para realizar uma entrevista, na qual buscará identificar fatos que retratem a trajetória familiar, geralmente se tem preferência pelos pais e/ou avós. O professor deve orientar quanto a pessoa mais adequada para a entrevista, entretanto não deve impor, evitando um possível constrangimento caso o aluno não more com os pais ou avós ou não tenha uma relação de proximidade a ponto de solicitar-lhes uma entrevista.

Para melhor atrair o jovem a esse tipo de pesquisa, Maísa Zakzuk sugere que ele possa ser designado como o repórter da família, o qual entrevistará as pessoas, colhendo informações e imagens, organizando em fichas ou caderno as perguntas que serão realizadas, assim como os repórteres fazem, [e escrevendo um texto baseado nos relatos]. Ela lembra que é necessário ser persistente, pois alguns parentes podem não estar muito entusiasmados em participar de uma entrevista, deve-se, portanto, buscar superar esse tipo de barreira caso apareça. (ZAKZUK, 2007, p. 14).

Ricardo Santiago e Valéria Magalhães, referenciando William e Richard Ayers, afirmam que “a História oral pode ser vista como uma pedagogia revolucionária, porque conduz o trabalho não pelas respostas – e sim pelas perguntas” (AYERS, 2012, apud SANTIAGO; MAGALHÃES, 2015, p.10). Tais perguntas devem ser previamente pensadas tendo em vista o objetivo da entrevista e a pessoa a ser entrevistada, por exemplo, se a entrevista for com os pais, pode-se perguntar como eles se conheceram, como foi o período de namoro, como se sentiram durante a cerimônia do casamento, entre outras, andando mais para trás no tempo, podem ser questionados quanto a ocasiões de quando eram crianças, pedir que relatem fatos sobre os avós ou outros antepassados, se vieram de outra localidade e porquê, costumes e tradições antigas etc.

Ainda quanto ao roteiro, o professor pode determinar algumas perguntas que devem ser utilizadas por todos os alunos em suas entrevistas, cujas respostas poderão ser organizadas e comparadas pela turma. Por exemplo, identificar qual a brincadeira de infância favorita dos entrevistados, todas as respostas podem ser separadas de acordo com a data de nascimento do indivíduo para então identificar os jogos favoritos elencados para cada época; depois esses alunos poderão jogar alguns deles na aula de Educação Física. Embora possa ser interessante fixar algumas perguntas, o docente deve deixar livre a sua maioria, elaboradas de acordo com a curiosidade do aluno.

O discente deve ter clara a sua responsabilidade em elaborar o roteiro e também saber que ele deve ser flexível o suficiente para permitir adaptações no decorrer da conversa, de acordo com as respostas do entrevistado, além de que deve respeitar o entrevistando tratando-o com cordialidade e não divulgando informações sem a sua autorização, especialmente relatos de caráter particular.

Após a entrevista, o aluno pode transcrever os trechos mais importantes, além disso, ele deve ser lembrado que os depoimentos, ainda que sejam dados por pessoas que vivenciaram a experiência apresentada e que tenham a intenção de dizer a verdade dos fatos, ainda assim o que a pessoa diz deve ser analisado com cuidado já que é uma interpretação da realidade e não a própria, porque a visão sobre os fatos é particular a cada pessoa.

Uma das possíveis tarefas pós entrevista solicita-se que o aluno identifique pontos na história de sua família que possam se conectar com o conhecimento histórico da época que se apresenta, ou seja, esses fatos podem ser ampliados por acontecimentos narrados em livros, jornais ou revistas, como por exemplo, qual o cenário político e cultural na época em que meus pais tinham a minha idade? parte da família migrou de outro estado, então quais são as características desse local e o que estava acontecendo lá naquela época? Um membro da família era estudante no período das lutas das Diretas Já, então como posso me aprofundar no conhecimento desse tema?

Aproveitando o momento em que o aluno está mais imerso na história da família, o professor pode pontuar em classe a questão familiar em diferentes momentos da história, por exemplo, a família na Idade Média e Moderna, a sociedade estamental; a investigação familiar durante a Inquisição; casamentos arranjados como um contrato entre famílias para unir fortunas e reinos, pela elevação de status, por interesse no dote; a questão da primogenitura; a família indígena, a africana, as inúmeras migrações, a origem dos sobrenomes. Além disso, é uma boa oportunidade para refletir sobre as diferentes configurações familiares hoje e assim por diante.

Em posse das informações sobre si mesmo e sobre sua família, os discentes produzirão um texto contando as informações que reuniram através das diferentes fontes, esta etapa pode ser trabalhada junto com o professor de produção textual e, caso não o tenha feito, armazenar as informações na conta do familysearch.org.

Considerações finais
Encerrando o Projeto, seria interessante realizar um encontro em que os alunos apresentam às suas famílias todo o seu trabalho de pesquisa. Os alunos devem ficar livres para escolherem qual parte da pesquisa lhes é mais interessante expor, pois além de tornar a apresentação mais pessoal, evita que algum aluno se sinta constrangido ao compartilhar algo sobre a sua família que ele não gostaria. Esse pode ser um momento de descontração e uma oportunidade para se construir novas memórias familiares, além de que os estudantes ficarão mais entusiasmados em continuar suas pesquisas.

Ao se optar por fazer um projeto dessa natureza, o educador deve definir bem cada uma de suas etapas e quando serão executadas, pois as possibilidades para a temática são muitas, selecionar o que se quer é de fundamental importância, isso também ajudará a não perder o fôlego e o foco, superando alguma dificuldade que se encontre no caminho. Caso o trabalho seja interdisciplinar, é importante que cada professor entenda bem o seu papel.

Diante dos grandes desafios do espaço escolar e social na atualidade, o retorno às raízes se mostra um poderoso instrumento pedagógico, aliando o tradicional com o novo, possibilitando aos alunos o desenvolvimento de inúmeras habilidades, especialmente a compreensão de como a história funciona e que não estamos excluídos dela, muito pelo contrário.

“Ouvindo as histórias dos mais velhos, os alunos percebem mais facilmente que eles próprios têm um passado e que terão um futuro, compreendendo que suas ações terão repercussão no tempo.” (SANTIAGO; MAGALHÃES, 2015, p. 14)

Referências
John Jorge de Sousa Gois é Pós Graduando em História Contemporânea na Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA e professor de História e Estudos Amazônicos no Ensino Fundamental da Rede Particular de ensino.

BLOCH, Marc Leopold Benjamin, Apologia da história, ou, O ofício de historiador / Marc Bloch. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
história. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CAINELLI, Marlene. O que se ensina e o que se aprende em História. In: OLIVEIRA, Margarida Maria (Coord.). Coleção Explorando o Ensino, v. 21. História : Ensino Fundamental. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010.

MENEZES NETO, Geraldo Magela de. O ensino da História local a partir de fotografias: Relatos de experiência no Ensino Fundamental no distrito de Mosqueiro-PA. Revista Labirinto , Ano XV, Vol. 22, Porto Velho, 2015, p. 91-104.

SANTIAGO; Ricardo; MAGALHÃES, Valéria de Barbosa de. História oral na sala de aula. Belo Horizonte, Ed. Autêntica, 2015.

ZAKZUK, Maísa. A árvore da família, 1 ed. São Paulo, Panda Books, 2017.

13 comentários:

  1. Bom dia! Muito interessante essa metodologia de trabalhar a historia da familia em sala de aula. Ja trabalhei com arvore genealogica com alunos de 6°s anos e o resultado foi excelente. Gostaria de saber como posso trabalhar esse método com alunos que possuem familias diversificadas, por exemplo: pais separados, padrastos, madrastas, pais ausentes etc.

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    1. Prezado Benedito, fico feliz em encontrar outros que se interessam pelo trabalho de História da Família na sala de aula!
      O conceito de família é bastante amplo hoje em dia, havendo vários debates acerca disso, o que pode ser, inclusive, discutido em sala de aula ampliando a visão do aluno sobre o assunto e criando uma atmosfera de respeito e aceitação para com aqueles que possuem uma situação familiar diferente da sua (e mesmo aceitação de sua própria situação familiar, se for o caso). Sobre o trabalho com alunos que possuem famílias diversificadas, pode ser adotado o conceito da família afetiva, ou seja, aqueles que convivem com a criança, que cuidam dela, podendo ser um dos pais, avós, tios, padrastos, pais adotivos etc, para isso, a proposta de trabalho deve ser flexível ao aluno, o professor pode deixar ele livre para escolher com qual parente ele pode aprofundar na pesquisa familiar, além disso, o professor deve ser sensível a certas situações, por exemplo nos momentos em que o discente vai socializar histórias familiares com a turma ou expor sua pesquisa aos demais, alguns alunos podem não querer falar de um dos pais por guardar alguma mágoa, ou mesmo por não saber quem é, a questão é não fechar tudo o que o aluno deve fazer, mas deixar alguns pontos em aberto, claro buscando o discernimento entre os alunos que tem esse tipo de dificuldade e aqueles que não querem pesquisar os ramos da sua família simplesmente por preguiça.
      Espero ter esclarecido um pouco essa questão. Abraços!

      John Jorge de Sousa Gois

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  2. Olá John! Na sua opinião, ao conduzir um projeto como esse, o professor estaria se aproximando e conhecendo melhor a realidade vivida pelos seus alunos? E como as novas ferramentas de pesquisa afetam o aprendizado do aluno em sala de aula?
    Att.
    Luciano Gustavo Pelentier de Oliveira

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    1. Oi Luciano, essa proposta de trabalho com certeza fortalece o vínculo professor-aluno e ajuda o docente a conhecer a realidade da sua turma. Uma das questões importantes para o professor cumprir o seu papel em sala é conhecer o aluno, em países que dão maior prioridade à educação, o professor é pago também, até mesmo, para visitar a casa do aluno e melhor conhecer a sua família e a sua realidade, isso ajuda o docente a preparar suas aulas mais voltadas as necessidades da turma e de indivíduos especificamente. O trabalho de História da família na sala de aula também tem esse objetivo de conhecer o aluno através de sua história pessoal e familiar, através dela o professor pode estabelecer junto com o aluno vários links para temas relacionados ao conteúdo, também com temas transversais ligados a questões éticas e sociais, como respeito pelo outro, pela sua história que pode ser semelhante a minha ou não, mas que também é válida e deve ser respeitada.
      Quanto a ferramentas pesquisa, o projeto trás como proposta o aluno como pesquisador, como construtor do conhecimento, hoje uma aula em que o aluno é apenas um receptáculo de informações já não é mais eficaz, os vários estímulos da atualidade modificaram a interação do aluno com o conhecimento. Essa proposta de trabalho também permite a interação com meios digitais, pode-se pedir para o aluno tirar fotos de família com o seu celular, criar um álbum digital, fazer um vídeo, publicar parte de sua história nas redes sócias, construir sua árvore genealógica em sites de história da família como o www.familysearch.com.br, há várias possibilidades que o professor pode lançar mão.

      Obrigado por sua atenção,
      John Jorge de Sousa Gois

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  3. John Jorge de Sousa Gois, bom dia!!!

    Achei fantástico essa metodologia! Creio que a história está tão próxima de nós que nem nos damos conta. Conhecer o porquê do nome e sobrenome; o estado de nascimento enfim. Isto agrega valores e de certa forma fica fácil a compreensão de aulas que abordam dinastias, ficará mais "fresco" a ideia de poder, luta e valorização da "família" ...

    Fraterno abraço!
    Sucesso!!

    Jônatas Fernandes Pereira

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    1. Oi Jônatas, muito obrigado pela sua leitura e pelos elogios. A busca pela história da nossa família realmente nos proporciona isso e os alunos gostam bastante. O aluno, e cada um de nós, precisamos entender que cada pessoa possui uma história, que diferentemente do que muitos ainda pensam não é apenas os “grandes homens” ou as “grandes nações” que possuem uma história que merece ser conhecida, eu também tenho uma história, o seu João e a dona Maria da esquina, aquele índio lá no meio da floresta, aquela pessoa que mora do outro lado do mundo, meus pais, meus avós... assim eu vou valorizando e conhecendo outras vozes, entendendo que o índio, o negro, o oriental também possuem história e não apenas o europeu, que a história é feita de pessoas reais e nós como sujeitos históricos podemos traçar nossa história e atuar sobre a nossa realidade!
      Mais uma vez, agradeço pela sua presença neste evento e por sua apreciação!
      John Jorge de Sousa Gois

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  4. Olá, John!
    A sua proposta de trabalho mostra como o professor pode, também, ser um pesquisador e direcionar a sua prática nesse sentido.
    Você traz várias sugestões interessantes. Acredito que seriam bem sucedidas se aplicadas. Você já as vivenciou com alguma turma?
    Na sua opinião, seria válido fazer uma relação das trajetória das famílias com os contextos/fatos históricos que possam ter vivenciado?
    Abraços,
    Cláudia Masiero

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  5. Cara Claudia, obrigado por seus comentários.
    Sim, já realizei a prática dessas propostas, não acrescentei a esse trabalho por conta das limitações de palavras colocadas como critérios para este Simposio, então optei mais por uma explanação da metodologia empregada. A primeira vez que utilizei propostas semelhantes foi em uma aula em que discutíamos sobre a intensa investigação realizada pelo Santo ofício na vida familiar das pessoas sendo que muitas delas fugiam e mudavam de sobrenome, daí por iniciativa dos próprios alunos começamos uma conversa sobre a origem dos sobrenomes, eles ficaram muito curiosos. Depois procurei sistematizar melhor as ideias. Das vezes em que apliquei essas ideias ou parte delas, os alunos mostraram grande interesse, realizavam as pesquisas e gostavam muito de socializar as suas histórias familiares, com algumas exceções, é claro, como todo método didático não se consegue atingir a todos, mas nas minhas experiências a grande maioria dos alunos apreciam o trabalho. As histórias surgidas, com certeza, podem ser relacionadas ao contexto histórico da época, os pais e avós que podem ter vivido na época da ditadura, as diretas já, além disso as diferentes relações familiares da atualidade vividas pelos alunos e por nossa sociedade podem ser objetos de reflexão e comparação com a família do período colonial, a divisão por gênero do trabalho nas famílias indígenas, as famílias africanas que eram desagregadas ao tornarem-se escravas no Brasil, enfim, podem ser puxados diversos links com os conteúdos da disciplina de História.

    Grato,
    John Jorge de Sousa Gois

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  6. Obrigada pelo retorno, Jonh!
    Abraços!
    Cláudia Masiero

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  7. Olá, muito interessante a metodologia tratada em seu texto.
    Acredito que pesquisas relacionadas com a história recente também seria uma grande soma para a aprendizagem dos alunos. Podendo os alunos questionar em casa como era viver em certos períodos ou qual é a lembrança que se tem sobre tal fato, entre outros.
    Você já aplicou essa metodologia em sala? Se sim, como foi a sua experiência?

    Bruna Brandel Meleck

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    1. Olá Bruna!

      Eu já trabalhei em sala sim, a experiência foi muito positiva, os alunos participaram bastante, até mesmo aqueles que não tem muita afinidade com a disciplina de História. Eu acabei não colocando essas experiências no texto por conta da limitação no número de palavras exigido pela comissão organizadora do evento. Realmente é algo que funciona e cria laços de aproximação do aluno com a disciplina, com a família, aluno-professor e entre os próprios alunos, nas turmas em que eu trabalhei, os alunos gostaram muito de socializar as suas histórias familiares recém descobertas, de preparar sua árvore familiar e tudo mais.
      Obrigado por seu comentário, Abraços!

      JOHN JORGE DE SOUSA GOIS

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  8. Boa noite.
    Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo pela proposta, uma vez que ela propicia a aproximação com os métodos para o estudo da História de modo geral, ao trabalhar com diversas fontes, inclusive a história oral, aproximando os alunos do processo de construção do conhecimento histórico e também da sua compreensão enquanto sujeito histórico. A proposta é realmente muito interessante e bem explicada.
    Meu questionamento é referente a como podemos trabalhar as noções de tempo cronológico e tempo histórico com os alunos? Afinal o conceito de tempo é uma noção importante para a História.
    Em atividade com turmas de 6º ano, cuja proposta também era pensar a História a partir da vida dos alunos, suas famílias e da própria escola, percebi que para muitos o conceito de tempo é muito difícil de compreender. Em uma etapa da atividade (aparentemente simples) como organizar alguns acontecimentos e datas em uma linha do tempo muitos apresentaram muita dificuldade em organizar as informações, perceber o que estava "mais distante" ou "mais próximo".
    De que modo podemos trabalhar essas questões de forma prática e ao mesmo tempo lúdica com os alunos?

    Beatriz Costa Duarte

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