Edilson de Souza Marques

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: EXPERIÊNCIAS E REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA

O presente artigo é desenvolvido a partir da experiência do estágio supervisionado II realizado naEscola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solon de Lucena, no ano de 2016, com uma turma do oitavo ano, sendo meu primeiro contato em sala de aula como futuro professor de História. No primeiro momento, relato como se deu essa experiência, sendo um estágio em duplapossui algumas características que diferenciam do estágio individual, as dificuldades encontradas, os pontos positivos e negativos e as expectativas dessa experiência. O segundo momento, é composto de reflexões sobre o futuro desafio do jovem professor e como desenvolver uma educação inovadora no ensino de História.

Estágio Supervisionado: o desafio de estar em sala de aula como professor
A nossa primeira experiência do estágio supervisionado deu-se durante a nossa graduação em Licenciatura em História, pela Universidade Estadual da Paraíba, na cidade de Campina Grande, Paraíba em 2016. E ocorreu na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solon de Lucena que está situada na Rua Prefeito Ernani Lauritzen nº 1300400 no centro da cidade. Essa escola tem uma história peculiar, pois foi a primeira escola estadual na cidade de Campina Grande, sendo fundada em 1924. Destarte, iremos voltar nossa atenção sobre a nossa experiência nesse estágio.

Nosso primeiro dia de observação ocorreu na 5º e 6º aula do 8ºC no turno vespertino. Neste dia foi trabalhado pela professora regente, um exercício sobre a Revolução Francesa com sete questões para responder em sala de aula e depois entregar. Durante a aplicação do exercício feito em quadro, começamos a observar o comportamento dos alunos, e percebemos que a maioria da turma, não prestava atenção na aula da professora, havia muita conversa paralela, palavrões, apelidos, desrespeito com os colegas, brincadeiras, entretanto, apenas um pequeno grupo prestava atenção e respondia o exercício utilizando o livro didático, diante disso já percebemos que seriam os alunos mais prestativos. Ainda sobre o livro didático, poucos levaram para a sala de aula, o que resultou em que muitos não responderam o exercício e outros se juntaram para responder em grupo.

Após o termino da aula e essa breve experiência de observação, fomos conversar com a professora, e lhe perguntamos como era o processo de avaliação e sua metodologia. Após a conversa, a professora nos informou qual assunto iríamos ministrar:  a era napoleônica. No segundo dia do estágio, era para ser de observação, entretanto a professora já tinha liberado a turma para partirmos para regência. Um fato importante a ser ressaltado é que o nosso estágio, seria em dupla.Então, meu colega e eu, decidimos planejar como seria a próxima aula. Entendemos que para uma aula ser produtiva, ela tem que ser planejada anteriormente. De acordo com Vasconcellos (2000, p.35): “planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto; é buscar fazer algo incrível, essencialmente humano: o real ser comandado pelo ideal”.

Assim, após uma breve conversa e reunião, decidimos por ministrar a primeira aula de estágio, sendo uma explanação geral do que seria a História e para que servia estudar História, antes de entrar no tema proposto. E aqui confesso que aquele friozinho na barriga se fez presente desde então, o motivo: era omeu primeiro contato em sala de aula para ministrar a disciplina de História.E nessa situação, lembramos dos conselhos do Historiador Leandro Karnal(2012, p.14)

“Aqui, um conselho prático: antes de entrar em sala, ouça os colegas, desde os muito interessantes até os indiferentes. Alguns querem ajudar. Outros não toleram sua juventude ou entusiasmo. Ouça a todos. Porém, nunca se esqueça: a fala do colega diz respeito, exclusivamente, à experiência dele e não à sua. O aluno-problema dele talvez seja apenas dele e a turma fácil talvez não flua tão bem com você. Ouça sempre.” 

O colega de sala que iria dividir a regência do estágio, já tinha uma certa experiência em sala de aula, então conversei com ele e concordei que ele “tomasse às rédeas”no primeiro dia de aula.O primeiro dia de regência foi muito interessante, de início estabelecemos umas regras de convivência com a turma, o que facilitou bastante para obtermos sucesso na ministração da aula e no respeito entre os professores estagiários e os alunos. A regra funcionava dentro de três pontos: silêncio, participação e a bonificação. A priori os alunos se esqueciam ou negligenciavam tais regras, mas sempre que lembrávamos, eles obedeciam.  Um fato interessante a destacar dessa primeira aula, foi que ao perguntarmos sobre para que serve a História, ou especificamente qual os benefícios que recebemos em estudar uma história de uma sociedade antiga e aplica-lo ao nosso contexto atual. Foram diversas as respostas dos alunos: “não serve para nada”, “serve para entender o que aconteceu”. “Serve para analisarmos o passado e entendermos o presente”, entre outras.

Analisando tais respostas, aplicamos a definição de Marc Bloch(2002), que “a história é a ação do homem no tempo”,e explicamos que estudar a História vai além de decorar datas e fatos históricos do passado, mas para contextualizar, compreender as ações, o motivo pelo qual tais sujeitos agiam daquela forma e qual relação existe com o nosso presente, como o estudo da História nos ajuda a construir o nosso ser social e crítico.Percebemos que essa breve explanação causou um certo interesse nos alunos, o resultado foi que um dos alunos que falou que a História não servia para nada e que estava sentado lá no “fundão”, após nossa explicação, se aproximou mais da turma e passou a prestar atenção na aula. Após o fim da aula, fomos conversar com a professora sobre esse aluno, e ela nos informou que ele era uma aluno desinteressado, mas que essa atitude dele de se aproximar e prestar mais atenção a aula, impressionou-a e nos parabenizou pela primeira aula.

No segundo dia de regência, iniciamos com o assunto sobre a “Era Napoleônica”. Utilizamos como base o livro didático da escola, além de alguns vídeos-aulas no youtube, e o nosso conhecimento sobre o assunto, para planejar o conteúdo da aula. Começamos a aula por uma breve biografia sobre a carreira militar de Napoleão, suas lutas, desafios e conquistas. Iniciando o conteúdo da Era Napoleônica, abordamos a chegada de Napoleão ao trono, com a queda do governo do Diretório. E como se organizou os quinze anos de seu governo, também abordamos o início do “Governo do consulado” (1799-1804), destacando as ações do governo para recuperar, reorganizar, reestruturar a França em seus diversos campos: sociais, econômicos, educacionais, jurídica, administrativo. Sempre ressaltando como Napoleão se utilizou do seu governo para cada vez mais aumentar o seu poder e conquistar a simpatia do povo.

Dentre os eventos de destaque na fase do Consulado, enfatizamos a criação do “Novo Código Civil” ou “Código Napoleônico” de 1804, e sua contribuição e consequências para o Ocidente e o nosso presente.  Para isso usamos de algumas características que foram derivados do Código Napoleônico, ex: a liberdade individual, a igualdade perante a lei, e o casamento civil separado do religioso. Com isso demostrando a importância de entender o processo histórico, do que ocorreu com o passado e a relação com o presente.

Abordando a segunda parte do período napoleônico, a fase do “Império” (1804-1815), demostramos as atitudes tirânicas de Napoleão, desconstruído a imagem de governador “bonzinho”, enfatizando a sua ambição política, em busca de poder, expansão, territórios e fama.  Um episódio enfatizado por nós em sala de aula da fase do Império, foi o “bloqueio Continental” em 1806, retificamos a importância de entender esse episódio, pois ele está totalmente ligado a história do Brasil. Esclarecemos que com a “fuga” de João VI para o Brasil das tropas napoleônicas, iniciaram uma nova etapa da história do nosso país, e com isso demostrando que todo evento histórico merece ser analisado e refletido, pois fazendo essa relação de passado-presente conseguimos entender melhora nossa realidade atual.

No terceiro dia de regência do estágio, fizemos uma breve revisão e logo após encerramos o assunto da Era napoleônica, e elaboramos um exercício de quatro questões sobre o assunto ministrado em sala de aula. Utilizamos da lousa e elaboramos o exercício com base no livro didático da escola.
Na nossa compreensão o estágio estava caminhando tudo bem, todavia ocorreu uma situação inesperada, ficamos umas três semanas sem ter aula na escola, devido algumas paralisações e atividades escolares, retornamos para ministrar alguns dias depois, e mais uma vez revisamos o assunto com os alunos, e trouxemos um outro meio de repassar o conteúdo para os alunos, levamos um texto de literatura de cordel que falava sobre a vida de Napoleão Bonaparte, para facilitar a compreensão dos alunos, despertar a curiosidade sobre a literatura de cordel e mostrar outra maneira de trabalhar a História.

Logo após levantamos um questionamento sobre a figura de Napoleão e a dicotomia presente sobre o mesmo: “Napoleão: Herói ou Vilão?” O resultado foi positivo, após isso corrigimos o exercício anterior e para fechar a nota da unidade, passamos um exercício em sala de aula com uma questão em aberto sobre o que os alunos entenderam do assunto e que falassem um pouco sobre o mesmo. Para encerrar a aula, realizamos uma dinâmica que tinha como o objetivo que cada um em individual era um sujeito histórico e agente de transformação do seu cotidiano.

Para encerramos essa primeira parte, inferimos que nesse estágio corrido e com as dificuldades encontradas durante a sua execução, não conseguimos alcançar o que pretendíamos e a sensação que ficou foi de uma experiência incompleta, surgindo assim questionamentos sobre como seria a nossa vida como professores depois dessa pequena experiência? Será que realmente estávamos preparados para ensinar? Será que valeria a pena persistir nos caminhos de Clio?Contudo, ressaltamos que apesar dos obstáculos, o estágio supervisionado II foi uma experiência gratificante e que contribui para nossa formação enquanto professor de História na educação básica.

Uma educação inovadora: desafios e reflexões para o jovem professor
Agora, já graduado em licenciatura em História, iremos fazer algumas considerações sobre a docência que nos espera. Sabemos que ser professor no nosso país, não é uma tarefa tão fácil de se exercer, pois é preciso ter muito mais que uma graduação em licenciatura para exercer a profissão, é preciso qualidade, aptidão e força de vontade para continuar firme na docência, enfrentando os desafios em todos os cenários possíveis em uma sala de aula (além do desmonte da disciplina de História com a nova reforma na educação). E quando se está em sala de aula é preciso um “jogo de cintura” que só é adquirido com a prática. O que fazer então, quando um aluno recém-formado tem de atuar como professor em sala de aula e não tem essa experiência, para lidar com as dificuldades enfrentadas logo no início de sua caminhada na docência? Essa é uma das questões que sempre vem a mente, quando paro para pensar como serão as minhas aulas, como vou conseguir vencer as situações difíceis em sala de aula?

Durante as experiências obtidas com os estágios na minha graduação, pude perceber um pouco da realidade da sala de aula. A qual, não é um paraíso, pois existem desafios que vão desde as questões de como lidar com os alunos, principalmente os ditos problemáticos, a falta de estrutura da educação pública no nosso país e o descaso para com a profissão. Sabemos que existe uma luta pela educação pública no país. Uma luta não somente contra esse descaso na educação, melhores condições para os professores, mais também em lidar com a educação em um país preso a corrupção estrutural que assola nossa Brasil.

No entanto, para além dessas questões com a situação atual da educação no país, principalmente no ensino de História, com carga horária reduzidas, com a possível retirada da obrigatoriedade do ensino de História no novo ensino médio. Outras questões permeiam a mente de um jovem recém-formado sobre como este deve agir em sala de aula: o que devo fazer para conseguir a atenção dos alunos, ou apenas de alguns que estão concentrados no que estão sendo dito e ensinado em sala de aula, para ministrar uma aula de qualidade? Como tornar nossa aula mais produtiva?  Como sair daquela monotonia de uma “aula chata” de história? Quais ferramentas devo usar para melhorar a comunicação entre professor e aluno, no que se refere a didática em sala de aula? Como me qualificar e me preparar para exercer essa profissão que escolhi?

Para um professor recém-formado que ainda não tem a prática, cabe-lhe, em primeiro momento, continuar na busca do conhecimento, procurando apoio teórico e metodológico em livros, artigos, de professores experientes. E aqui dialogamos com o professor José Manuel Moran em seu livro: “A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá”. Onde o autor ressalta que é necessário reinventar nossa educação, e tornar a sala de aula um pouco mais atraente para o alunado. Conforme nos diz, Moran: “A educação tem de surpreender, cativar, conquistar os estudantes a todo momento. A educação precisa encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades e realizar novos conhecimentos e práticas” (MORAN, 2012, p 21). É essa educação, enquanto futuro professor, que pretendemos buscar e exercer em sala de aula.

Em segundo momento, o diálogo com outros professores experientes é bastante importante, sabemos que cada professor tem sua característica e peculiaridade em sua metodologia de ensino, mas durante a nossa graduação sempre nos identificamos com alguns professores, entendemos que podemos aprender com eles mais uma vez sobre a metodologia do ensino de história e adotar algumas ações positivas que professores experientes já usam há anos no magistério e que pode nos ajudar nessa trilha desafiadora e sedutora que nos espera.

O Professor Historiador Leandro Karnal em seu livro “Conversas com um Jovem professor”, orienta os jovens professores sobre alguns questionamentos que devemos fazer a si mesmo, e refletir sobre o magistério:

“Você realmente acha que o conhecimento pode melhorar as pessoas? A chave de ignição está na crença do conhecimento. Se você acredita no que você sabe, se tem consciência do poder revolucionário do saber, é o início e é o fundamental... VOCÊ JÁ É UM PROFESSOR. E o resto? O resto virá com o tempo, creia-me. Eis o segredo final: descobriu o lugar em que você é feliz? Entre nesse lugar e nele fique. Vai começar mais uma aula e você estará nela como professor. Vai fundo, professor! Há um desafio de vida a sua frente. Vai encarar?” (KARNAL, 2012, p.117)

Reconhecemos que a trajetória de um jovem professor após a sua graduação é repleta de desafios, dificuldades, mas, também existem os pontos positivos, que nos instigam a entrar nesse mar de aventuras e possibilidades. Minha experiência nos estágios anteriores como professor de História, me ensinou a acreditar na educação brasileira, mesmo em meio a falta de estrutura das escolas, desinteresse dos alunos, desvalorização da profissão, etc. Sim, é necessário acreditarmos na educação, pois se nós, a classe de professores, não acreditamos, o que esperar dos outros?

Referências
Edilson de Souza Marques é graduado em licenciatura em História, pela Universidade Estadual da Paraíba.

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro, 2002

KARNAL, Leandro Karnal. Conversas com um jovem professor. 1º ed., São Paulo: Contexto, 2012.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. José Manuel Moran. 5º ed., São Paulo: Papirus, 2012.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. São Paulo: Libertad, 2000

26 comentários:

  1. Olá Edilson,Na sua experiência em sala de aula no convívio com os alunos, quais os motivos percebidos diante do desinteresse e da relutância em considerar o ensino de História menos importante com relação as outras disciplinas?

    Clésio Fernandes de Morais

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  2. Olá, Clésio. Obrigado por ler meu artigo e por sua pergunta. Durante a minha experiência do estágio, muitos dos alunos diziam que não gostava de História, pois a mesma não servia para nada. Os motivos, acredito, que talvez tivesse mais no método utilizado pela professora regente. Algo bem mais positivista. Eles pensavam que História era tudo "decoreba". Tinha algumas exceções, dois alunos, que disseram que gostavam muito da História, pois ela servia para compreender a sociedade. Ai quando passamos a explicar a funcionalidade da História, outros alunos passaram a se interessar ao menos durante o estágio.

    Edilson de Souza Marques

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  3. Boa Noite Edilson!

    Seu texto é superinteressante mostra as dificuldades no estágio que todos enfrentamos quando vivemos essa fase.
    Diante dessas dificuldades como enfrentar e motivar nossa criatividade para persuadir os alunos do quanto a História, independente de ser do seu país ou de outros povos é importante para seu futuro, mesmo com tanta tecnologia ao alcance desses alunos?

    Maria José da Silva Falaci

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    1. Obrigado por ler meu artigo e pelo elogio, Mariah.
      A sua colocação, é uma boa questão, realmente notamos que as vezes a tecnologia acaba 'desestimulando' os alunos para o aprendizado da História. Eu acredito que o ponto inicial é tentar usar a tecnologia como suporte ao ensino de História, por exemplo a utilização de jogos eletrônicos de conteúdo Histórica, seria uma forma de despertar os alunos para olharem para a História por outra perspectiva e fonte de estudo. E outras coisas por exemplo, o uso das redes sociais, existem algumas páginas no facebook com conteúdos históricos, utilizando "memes" que poderíamos aplicar até numa prova para divertir um pouco os alunos, acho que esse seria um bom começo.

      Edilson de Souza Marques

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  4. Edilson, boa tarde...Excelente o seu texto bem como o desafio enfrentado por você. Passei por experiência semelhante mas em escola privada e pude perceber que exceto pelo desinteresse dos alunos, o mundo é outro. O acesso a ferramentas de tecnologia e a exploração dos recursos didáticos é muito mais abrangente e a utilização de novas plataformas de ensino se faz muito presente. Na sua opinião, já que existe um currículo nacional de ensino, por quê não se utiliza o mesmo material didático no ensino fundamental, excetuando-se é claro, as regionalidades? Saudações!

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  5. Obrigado por ler meu artigo e por sua colocação.
    Bom, essa é uma questão que acho que realmente varia do PPP de cada escola e do professor também. Acredito que não mesmo tendo um currículo nacional, ainda existe umas liberdades para o professor ministrar sua aula, o que pode ser positivou ou negativo, pois talvez escolas que sigam essa "cartilha" alcancem maior desempenho escolar no ensino fundamental entre os alunos, ou não. Contudo, acho que o que não existe uma certa unidade entre as escolas públicas ou privadas nessa questão.

    Edilson de Souza Marques

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  6. Olá Edilson, tudo bem?
    Bom, primeiramente quero lhe parabenizar pelo artigo, muito bem escrito e com experiências ótimas que nos fazem ir se preparando para os obstáculos e desafios a serem enfrentados na sala de aula, seja enquanto estagiários ou já pertencente ao corpo docente.
    Diante disso, gostaria de saber como cativar os alunos, como despertar o interesse deles pelo conteúdo de História? O que fazer, diante da falta de vontade deles em aprender mais sobre os feitos do homem com o passar do tempo? Existe uma técnica que ajude, ou atividades de interação sobre o tema a ser trabalhado? Será que existe alguma forma de fazer com que os alunos gostem da disciplina de História e venham tirar de suas cabeças que história não serve pra nada e que possam passar a ver a disciplina com um outro olhar?

    Nathany Vieira dos Santos.

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    1. Olá Nathany. Tudo bem. Obrigado por ler meu artigo e pelo elogio. Bom, respondendo as perguntas. Eu acredito e entendo que a História tem que cativar, assim como algumas literaturas cativam. Parto da ideia que o que vai ser diferencial é o método que você vai utilizar para ensinar a História. Acredito que o uso das fontes é essencial. Dependendo da faixa etária dos alunos e do comportamento da turma, você pode ensinar história através de algumas ferramentas metodológicas mas pertinente e comuns aos alunos. Exemplo: jogos de tabuleiro, música, cinema, vídeos, aulas de campo, etc. Acredito que ensinando dessa forma na medida do possível já vai despertar um olhar diferente dos alunos para com a História.

      Edilson de Souza Marques

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  7. Edilson, boa tarde...Excelente o seu texto bem como o desafio enfrentado por você. Passei por experiência semelhante, mas em escola privada e pude perceber que exceto pelo desinteresse dos alunos, o mundo é outro. O acesso a ferramentas de tecnologia e a exploração dos recursos didáticos, bem como a utilização de novas plataformas de aprendizagem e ensino se fazem muito presente. Na sua opinião, já que existe um currículo nacional de ensino, por que não se utiliza o mesmo material didático no ensino fundamental, excetuando-se claro, as regionalidades? Abraço!

    Marcelo Dario Bezerra

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    1. Olá Marcelo. Obrigado por ler meu artigo e por sua colocação.
      Bom, essa é uma questão que acho que realmente varia do PPP de cada escola e do professor também. Acredito que não mesmo tendo um currículo nacional, ainda existe umas liberdades para o professor ministrar sua aula, o que pode ser positivou ou negativo, pois talvez escolas que sigam essa "cartilha" alcancem maior desempenho escolar no ensino fundamental entre os alunos, ou não. Contudo, acho que o que não existe uma certa unidade entre as escolas públicas ou privadas nessa questão.

      Edilson de Souza Marques

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  8. Edilson, boa noite!
    Estou realizando Estágio Supervisionado há quatro semestres. Durante este período, encontrei professores com diversas formas de condução das aulas, como não podia ser diferente, tanto no Ensino Médio como no Ensino Fundamental. Neste período, acompanho aulas de turmas do 6º e 7º anos.
    Neste semestre, a professora tem uma maior preocupação com as turmas que têm como característica serem de muitos repetentes.
    Nas aulas de observação vejo que não é raro os alunos conversarem em demasia e, até mesmo, confrontarem a professora.
    Fico em dúvida quanto ao meu posicionamento nestas situações e segue o meu questionamento.
    Devo interferir chamando a atenção desses alunos (com responsabilidade) quando a professora está em outra atividade ou esta ação deve ser somente do profissional de educação?

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    1. Olá, Ary. Obrigado por ler meu artigo.
      Bom, eu entendo que como ainda você está no estágio de observação, acredito que você pode sim pedir um silêncio durante a conversa dos alunos. Ou seja você deve interferir com cautela, pois a turma já pode criar um preconceito com você a partir dessa sua posição. Então você já pode agir como um profissional sim, mas com moderação, para que no estágio de regência, se você ficar com a mesma turma, eles já vão ter uma ideia preconcebida de como será suas aulas.

      Edilson de Souza Marques

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    2. Edilson, muito obrigado por sua resposta.
      Grande abraço!

      Ary Luiz Paes Alves

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  9. Edilson, bom dia!
    Obrigado por compartilhar esta experiência incrível e desafiadora! rs
    No ano que vem, começo a estagiar, e sendo sincero...já estou meio "agoniado" (rs). Este material foi de grande proveito para mim!!
    Outrossim, em relação aos recursos didáticos que você usou no começo, como foi o uso do youtube? sentiu que a "linguagem" ficou de "igual pra igual"? ...

    Sucesso em seu caminho! OBRIGADO!

    Jônatas Fernandes Pereira

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  10. Olá Jônatas, bom dia. Obrigado por leu meu artigo. Fico feliz que meu artigo lhe serviu e contribui para sua formação.
    Realmente foi uma experiência desafiadora rs.
    Respondendo sua pergunta. Eu utilizei mais o YouTube, como parte da elaboração do plano de aula. Pois infelizmente não deu para utilizar em sala de aula, pois não tinha equipamentos tecnológicos.

    Sobre a linguagem, as vezes eu pensei que estava ministrando um seminário na universidade rs, e usei algumas palavras difíceis, isso no primeiro dia na regência do estágio. Mas depois me policiei e consigo ministrar uma aula mais na linguagem deles. E isso é interessante pois você se aproxima do alunado e eles começam a gostar mais da aula. São simples coisas que vão fazendo a diferença na sala de aula.
    Obrigado e te desejo sucesso também.

    Edilson de Souza Marques

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  11. Bom dia Edilson! Excelente texto! Fiz estágio por quatro semestres e estou no último semestre do curso. Notei as mesmas dificuldades relatadas, ou seja, muda o local mas os problemas são os mesmos. Fiz estágio em turmas regulares e EJA. No EJA pensei que seria menos problemático devido a faixa etária. Aí pude verificar as difilcudades ali também. Existiam duas turmas de EJA no mesmo período. Uma formada por alunos com mais "experiência", por assim dizer, e outra com alunos na faixa etária de 16 a 30 anos. Notei que nesse segundo grupo, boa parte, era desinteressada. Parece que iam para a escola para se socializar. Por mais que o professor (cara experiente com domínio do conteúdo), tentasse tocar a consciência destes alunos para a questão do futuro, não surgia muito efeito. No outro grupo, mesmo com as dificuldades destes, a aula fluía de modo mais dinâmico. Então pergunto, como trazer para estes jovens a realidade do futuro que os aguarda fora do contexto escolar, no mercado de trabalho? Outra coisa que notei foi o pouquíssimo uso do livro didático pelo professor. Tenho um filho em idade escolar e os olhos dele brilhavam quando recebeu o livro. Mesmo sabendo que o livro não pode servir de apoio integral ao professor, você não acha que está havendo quase que uma discriminação ao livro didático? O recebimento do livro não gera no aluno a expectativa de uso?
    Forte abraço!
    Att. Cleber Mattos.

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    1. Olá Kleber, bom dia (boa tarde rs). Obrigado por ler meu artigo e pelos os elogios. Vamos as perguntas.
      "como trazer para estes jovens a realidade do futuro que os aguarda fora do contexto escolar, no mercado de trabalho?"
      É até difícil responder, pois o professor tenta auxiliar o aluno ou desperta-lo para essa realidade. Mas realmente o desinteresse as vezes é muito grande, acredito que uns dos passos que você como professor deve fazer é trazer essa realidade de forma mais enfática pra sala de aula, pois se ao menos um desses alunos consegui mudar sua percepção sobre a importância do estudo, já é uma coisa maravilhosa.

      Sobre a discriminação ao livro didático. Eu entendo que vai depender de cada professor e de cada turma com quem ele trabalha. Pois ás vezes realmente o livro didático não contribui muito para o plano de aula e conteúdo que o professor que ministrar. Hoje percebemos que o livro didático têm que ser usado com outras ferramentas que contribuam mais para o repasse do conteúdo aos alunos. Enfim o livro deve ser utilizado, pois concordo contigo que as vezes gera sim no aluno o uso da expectativa do uso. Mas tem que ver todo o contexto e as características de cada turma.

      Edilson de Souza Marques

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  12. *dificuldades destes.....

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    1. *dificuldades ali também... desculpe o erro..

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  13. Bom dia Edílson!
    Seu texto trata de questões de grande relevância para os cursos de Licenciatura em História, especialmente relativas à formação docente. No entanto, senti falta de uma discussão mais profunda sobre o "desinteresse" que os estudantes da Educação Básica demonstram com a disciplina História. Por isso, gostaria que voce explorasse mais o conteúdo programado para a série que voce desenvolveu seu estágio, bem como os objetivos para tais conteúdos, e a partir dai, fizesse uma discussão acerca do envolvimento e/ou indiferença dos estudantes para com esses conteúdos. Qual a relação entre os conteúdos selecionados nas aulas de História e a participação dos estudantes nessas aulas? Célia Santana Silva

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  14. Olá Célia, obrigado por meu artigo e por suas colocações. Sim, meu artigo é uma breve discussão da minha experiência, por isso não enfatizei bastante essas outras questões do desinteresse dos alunos. Priorizei em problematizar outras questões, mas quem sabe em outro artigo eu tente abordar tais questões. Obrigado pela sugestões, abraço.


    Edilson de Souza Marques

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  15. Olá, Edilson!

    Parabéns pelo texto.

    Bom, logo no início vimos que o comportamento dos alunos com a professora regente era bem difícil, e que esse comportamento mudou quando vocês assumiram. Você poderia falar mais um pouco sobre como era a metodologia da professora? Ela utiliza na suas aulas o método tradicional? O trabalho de vocês foi muito bom, e também pergunto, como incentivar nos alunos o gosto de se estudar História.

    Grande Abraço!

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  16. Olá, Wiliane, obrigado por ler meu artigo e pelo o elogio.
    Sim, a professora usava o método mais tradicional, aula no quadro, exercícios do livro didático.

    Acho que o incentivo para os alunos estudarem a história, devem partir do professor de mostrar que os alunos também são agentes históricos e usar uma metodologia e uma fonte para ensinar a história de uma forma diferente e divertida.

    Edilson de Souza Marques

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  17. Muito boa sua reflexão.

    Mas, em meio ao estágio o que mais te chamou a atenção? Chegou a ficar assutado com algo?

    Att

    Cleberson Vieira de Araújo

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  18. Olá, Cleberson. obrigado por ler meu artigo.
    Então,senti só aquele friozinho na barriga, mas não fiquei assustado pois já tinha um experiência ministrando na sala de aula com outra disciplina.

    Edilson de Souza Marques

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